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Sangue para transfusão vendido a doentes em Monapo

O negócio de sangue humano, um líquido essencial para a vida, está a ganhar terreno na vila municipal de Monapo, província de Nampula, norte de Moçambique, sob o pretexto de salvar vidas de pessoas que se encontram internadas nas unidades sanitárias locais.

Segundo o jornal “Noticias, esta situação deve-se a incapacidade de doação por parte dos parentes de alguns pacientes que se encontram internados no Hospital Rural de Monapo, padecendo de diferentes enfermidades, cujo tratamento passa pela transfusão de sangue. Assim, começam a surgir indivíduos que se predispõem a oferecer parte do seu sangue a troco de valores monetários que oscilam entre mil e dois mil meticais (um dólar equivale a cerca de 27 meticais ao cambio actual) para meio litro de sangue.

Esta prática é mais comum no Hospital Rural de Monapo (HRM), uma unidade sanitária que presta vários serviços, incluindo cirurgia, maternidade e pediatria, além de medicina geral garantidos por uma equipa de médicos especializados. Os serviços médicos ali prestados são procurados também por pacientes dos distritos circunvizinhos de Mossuril, Ilha de Moçambique, parte de Meconta e Nacala-Porto. Este negócio a revelia das unidades sanitárias e fora do controlo dos técnicos da saúde, que têm apelado a comunidade, nos seus encontros regulares, para evitar práticas consideradas arriscadas e imorais.

Porém, a directora daquela unidade sanitária, Telma Xavier, refuta categoricamente o envolvimento de técnicos do hospital sob sua gestão no negócio de sangue. “Sempre que um paciente internado no Hospital Rural de Monapo necessite de sangue para corrigir uma anemia ou para aplicação no decurso de numa intervenção cirúrgica nós notificamos esse facto aos seus parentes e deixamos claro que o hospital, naquele momento, está com o seu “stock” esgotado, dependendo do grupo sanguíneo”, asseverou Telma Xavier.

Os parentes procuram por potenciais doadores de sangue entre as pessoas da comunidade para convencê-los a doarem sangue no HRM. O sangue colectado é submetido a testes obrigatórios e em caso de se provar a sua utilidade faz-se o uso do mesmo, seguindo recomendações médicas.

Contudo, devido à demanda dos serviços prestados, o “stock” de sangue do HRM tem registado ruptura que é suprida sempre que os doadores respondem aos apelos do sector da saúde, no sentido de fazer doações para salvar vidas em perigo. Neste sentido, não há necessidade de as pessoas se envolverem em negociatas para vender ou comprar sangue para transfusão, pois quem decide pela transfusão ou não é o médico e não há como as pessoas usarem o sangue fora da unidade hospitalar.

Segundo aquela responsável, vender sangue que possa salvar uma vida, mais tarde, é um acto imoral protagonizado por gente sem escrúpulos e oportunistas.

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