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Sal & Caldeira cobra crédito malparado do ex-Banco Austral

O Governo moçambicano contratou a companhia moçambicana Sal & Caldeira para cobrar coercivamente o crédito malparado do extinto Banco Austral.

Esta revelação foi feita pelo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, tendo afiançado que à mesma firma foi confiada a tarefa de ajudar o Estado a cobrar o crédito do Tesouro Público de empresas públicas e privadas nacionais.

Chang disse que a cobrança do crédito malparado do ex-Banco Austral “decorre num ritmo normal”, tendo manifestado a expectativa de ver acelerado ainda mais o passo com a entrada em acção dos peritos da companhia de auditoria e consultoria Sal & Caldeira.

Até finais do primeiro trimestre de 2010 tinham sido cobrados pelo Estado moçambicano cerca de 719,7 milhões de meticais, representando cerca de 56,9% do valor total provisionado pelo Estado que é de 1263,9 milhões de meticais.

Acredita-se que terá sido o imbróglio do crédito malparado do extinto Banco Austral que terá precipitado o assassinato brutal do economista António Siba-Siba Macuácua, a 11 de Agosto de 2001, atirado do 11º andar para o patamar do prédio da sede daquela instituição bancária por indivíduos até aqui desconhecidos.

Esta tese ganha consistência pelo facto de Macuácua ter sido liquidado quando se preparava para mandar publicar a lista dos devedores do banco, na sua maioria membros do partido FRELIMO e seu Governo, em cumprimento do mandato que lhe foi atribuído pelo Banco de Moçambique (BM) quando o nomeou Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Banco Austral.

Transferência de processos

Aquando da venda pelo Estado desta instituição financeira moçambicana a favor de gestores sul-africanos do ABSA foram transferidos para o Estado, em 8 de Agosto de 2002, cerca de 70 processos de créditos malparados, aprovisionados em 100%, no valor de 346.902 milhões de meticais da antiga família.

Quanto ao crédito do Tesouro Público, o ministro das Finanças indicou que também está a ser cobrado “normalmente”.

“Não podemos esquecer que o crédito foi contraído por empresas privadas e públicas para realizarem os seus programas de desenvolvimento socioeconómico do país e isso está a ser concretizado”, comentou Chang.

O governante acrescentou que o ritmo da sua cobrança obedece os prazos constantes dos documentos de acordo com o que cada devedor rubricou com os credores externos.

Chang concedeu-nos a entrevista depois de ter estado no pódio da Assembleia da República de Moçambique a defender a Conta Geral do Estado de 2010 a ser submetida para aprovação esta quinta- feira, em Maputo.

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