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Sahel ameaçado por grave invasão de gafanhotos peregrinos

As chuvas registadas no norte de alguns países do Sahel, desde Abril passado, criaram as condições ecológicas favoráveis ao desenvolvimento de gafanhotos peregrinos em algumas áreas de multiplicação, nomeadamente em Aïr (Níger), Tibesti (Tchad), Tamesna e Adrar de Iforas (Mali), indica o boletim de informação do Centro Regional de Hidrologia e Agrometerologia (AGRHYMET), sediado em Niamey.

Segundo o AGRHYMET, as previsões dos serviços da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) já alertaram em relação a eventuais movimentos das populações adultas do gafanhotos para os períodos de Maio e Junho.

As infiltrações cresceram e foram assinaladas ao longo de todas as fronteiras nigero-líbia e nigero-argelina. Movimentos de grupos de acridianos para o sul argelino (Tamanrasset) e as zonas de reprodução estival no Mali e no Níger em particular foram observados nos finais de Maio.

No Níger, alguns movimentos de enxames já foram assinalados pelas equipas do Centro Nacional Antiacridiano (CNLA).

O AGRHYMET sublinha que, com a chegada progressiva da estação da chuva, as áreas de reprodução do gafanhoto peregrino estarão funcionais na Mauritânia, no Mali, no Níger e no Tchad onde a reprodução poderá prosseguir.

As equipas mistas de prospecção e de luta do CNLA instaladas em Timia e em Tabelot já estão funcionais no Níger e os tratamentos cobriram 735 hectares.

Por iniciativa do Governo nigeriano, uma reunião da Comissão mista de concertação Estado-Doadores decorreu a 20 de Junho último para analisar a situação de crise nascida deste surto, e o Governo já lançou apelos aos parceiros para reforçar as actividades já iniciadas.

No Mali, os esforços de vigilância e de luta poderão ser travados ou mesmo anulados pelos problemas de insegurança e do acesso difícil a certas zonas.

Muito mais enxames continuarão a chegar ao norte do Níger (planaltos do Tamesna e montanhas de Aïr) nas próximas semanas e no nordeste do Mali bem como no noroeste do Tchad, indica o AGRHYMET.

A ameaça reside no facto de os gafanhotos provenientes da Argélia e da Líbia poderem deixar, ao longo do seu percurso, pequenos grupos de fêmeas cujas desovas serão favorecidas com a chegada da estação húmida no Sahel.

“Se nenhuma disposição for tomada a tempo, estes enxames poderão migrar rapidamente para as pastagens do Sahel, fragmentar-se e espalhar-se em grandes extensões, tornando assim o seu controlo mais difícil”, adverte AGRHYMET.

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