Milhares de russos entoaram o grito “A Rússia será livre” numa marcha pelas ruas de Moscovo, esta Terça-feira, para protestar contra o presidente Vladimir Putin, desafiando as novas medidas do governante para tentar acabar com qualquer manifestação contra o seu governo.
Os manifestantes lotaram um boulevard central no primeiro grande protesto desde a posse de Putin a 7 de Maio, afirmando que não serão intimidados pelas operações policiais realizadas nas casas dos líderes da oposição e por uma nova lei que aumenta as multas por ofensas à ordem pública.
“Aqueles que lutavam estavam longe do medo”, disse Valery Zagovny, ex-combatente soviético no Afeganistão, de 50 anos, levando a sua medalha de combate para comprovar.
“Vamos deixar aqueles atrás dos muros vermelhos do Kremlin assustados.” Debaixo de um forte temporal, alguns brincaram que o mau clima foi orquestrado pelo próprio presidente para esvaziar o movimento.
Com bandeiras russas e gritos contra Putin, eles marcharam apesar da ausência dos seus líderes, que foram intimados a depor antes do início dos protestos.
O líder de esquerda Sergei Udaltsov ignorou a sua intimação para depor sobre a violência ocorrida num protesto na véspera da posse de Putin e liderou um grupo que marchava com bandeiras vermelhas e gritava “Putin na prisão” e “Todo poder ao povo.”
Policiais com capacetes montaram barreiras de metal ao longo do percurso da marcha, mas a presença policial foi menor em relação a outros protestos.
Ilya Ponomaryov, parlamentar da oposição, disse que entre 60.000 a 70.000 pessoas compareceram ao protesto, bem mais que os 18.000 estimados pela polícia.