A Rússia reconheceu, esta quinta-feira, que estava a tentar enviar helicópteros de combate reparados à Síria e informou que respeitará os contratos de armas com o governo de Bashar al-Assad, apesar das críticas do Ocidente e de países árabes.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, também deixou claro que Estados Unidos e Rússia não chegaram a um acordo sobre uma postura comum sobre a Síria na reunião entre os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin, dizendo que a saída de Assad não pode ser uma condição prévia para um processo político.
Em São Petersburgo, onde Putin tentou atrair investimentos estrangeiros durante um fórum económico, Lavrov sinalizou que o Alaed, barco de carga que mudou de rota nesta semana depois de perder a cobertura de seguro na costa da Escócia, levava armas à Síria.
O ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, indicou, Terça-feira, que a embarcação com bandeira de Curaçao aparentemente voltou à Rússia depois e uma seguradora londrina ter retirado a cobertura quando foi informada de que tratava-se de transporte de armas.
Lavrov defendeu a entrega frustrada e atacou o Ocidente pelo ocorrido, dizendo que as armas não podiam ser usadas contra os civis que protestam contra Assad e que a empresa seguradora não tinha o direito de suspender o seguro.
“O barco transportava sistemas de defesa aérea, que podem ser usados somente para repelir agressões estrangeiras e não contra manifestantes pacíficos, e levava três helicópteros”, disse o ministro à rádio Ekho Mosvky.
“Quando se entrega equipamento militar está a ajuda-se a matar pessoas. Isso deve ser impedido”, disse o vice-secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Ben Helli.