O roubo de medicamentos nas unidades sanitárias tem vindo a atingir contornos alarmantes, não obstante o intenso trabalho de controlo levado a cabo pelas autoridades moçambicanas. Muitos destes medicamentos roubados são vendidos ilegalmente nos mercados informais, em condições pouco seguras de manuseio e acondicionamento, para além de serem fornecidos a algumas farmácias privadas.
Em Tete, por exemplo, mais de uma tonelada de medicamentos desapareceram, só no ano passado, nas diversas unidades sanitárias desta província do Centro de Moçambique. A Directora Provincial de Saúde de Tete, Luísa Cumba, citada hoje pela Rádio Moçambique, a emissora pública, disse que os “desvios” dos fármacos ocorreram nas unidades sanitárias dos distritos de Moatize, Changara, Angónia, bem como na capital da província e no próprio Depósito Provincial.
Segundo Cumba, os anti-maláricos e antibióticos figuram entre os principais medicamentos roubados, provavelmente por ser dos fármacos mais procurados e facilmente disponíveis nos vários mercados informais espalhados pelo país. Porém, já foram reportados casos de venda ilegal de anti-retrovirais fora dos circuitos normais e por pessoas não habilitadas.
“Os anti-maláricos são os mais procurados pelos ladrões”, afirmou, acrescentando não compreender porque é que as pessoas compram os medicamentos em locais impróprios, quando nas unidades sanitárias os mesmos são gratuitos.
Na sequência deste caso, um número não revelado de funcionários foram expulsos e outros quadros da instituição enfrentam processos disciplinares. Uma farmácia privada foi encerrada, tendo sido apreendido o seu alvará por ordem das autoridades sanitárias, por se ter constatado que vendia medicamentos pertencentes ao Sistema Nacional de Saúde.
