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Revisão de pesquisa confirma que vacina contra SIDA tem eficácia

Os médicos que surpreenderam o mundo científico, ao anunciar recentemente uma vacina que teria evitado algumas infecções pelo vírus da SIDA, divulgaram na terça-feira (20) detalhes do seu trabalho, e disseram que uma cuidadosa revisão ratificou as impressões iniciais.

Os detalhes do estudo, que mostrou que a vacina experimental evitou quase um terço das infecções entre 16 mil voluntários tailandeses, foram publicados na revista “New England Journal of Medicine” Cientista tailandesa trabalha na vacina feita em parceria com o Exército dos EUA, que evitou 31,2% de contaminações pelo vírus.

“Essa é uma validação dos resultados”, disse Jerome Kim, coronel do Exército dos EUA e médico do Instituto de Pesquisa do Exército Water Reed, em Maryland, um dos coordenadores do estudo. Kim e seus colegas apresentarão os detalhes na terça-feira, numa reunião de pesquisadores da vacina contra a SIDA, em Paris.

A pesquisa combinou duas vacinas: a Alvac, do laboratório Sanofi-Pasteur, concebida para o combate à chamada varíola dos canários, e a frustrada vacina para SIDA Aidsvax, desenvolvida pela empresa da Califórnia, VaxGen, que hoje pertence à ONG Global Solutions for Infectious Diseases.

O estudo, patrocinado pelos Governos dos EUA e da Tailândia, reduziu em 31,2% a taxa de contaminação ao longo de três anos, segundo uma análise dos dados. A equipa de Kim salientou que o efeito foi modesto e difícil de interpretar, que a vacina não terá, tão cedo, uso comercial, e pode não funcionar para a cepa do HIV prevalecente em África, onde a doença é mais comum.

Dias depois do anúncio dos resultados, em Setembro, alguns pesquisadores não identificados disseram à revista “Science” e ao “The Wall Street Journal” que o estudo era mais fraco do que inicialmente pareceu. Esses pesquisadores contestaram os métodos estatísticos usados na análise dos dados.

A equipa de Kim realizou três análises diferentes — análise de intenção de tratamento, análise modificada de intenção de tratamento, e análise pró-protocolo. Kim disse que a análise modificada de intenção de tratamento foi a mais precisa, por excluir sete voluntários que, segundo se soube posteriormente, tinham sido contaminados com o HIV antes de serem vacinados.

Pessoas que questionaram as conclusões, segundo as reportagens, disseram que as análises pró-protocolo e de intenção de tratamento eram estatisticamente insignificantes. Kim afirmou que a sua equipa respondeu aos questionamentos a respeito disso, de modo a satisfazer os resenhistas independentes da publicação –um processo chamado revisão por pares, que é um dos serviços fornecidos por publicações médicas e científicas.

Num comentário na revista, Raphael Dolin, do Centro Médico Beth Israel Deaconess, e da Escola de Medicina de Harvard, em Boston, disse que o estudo tinha sido rigorosamente preparado e conduzido. “Embora os métodos de cada tipo de análise possam ser debatidos, os três resultaram num efeito possível, embora modesto, da vacina na prevenção do HIV”, escreveu Dolin. Mas ainda não se sabe quanto tempo dura essa protecção, e qual foi a participação

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