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Resultados dos maiores círculos eleitorais do país

Os resultados das eleições gerais da semana passada referentes aos dois maiores círculos eleitorais do país (a província central da Zambézia e a nortenha de Nampula) confirmam a vitória da Frelimo e do seu candidato presidencial, Armando Guebuza.

Segundo os resultados provinciais destes dois círculos eleitorais, anunciados, anunciados, terça-feira, pela respectivas comissões provinciais de eleições, através da Rádio Moçambique, a emissora pública nacional, a Frelimo ganhou 58 dos 90 assentos (45 de cada província) para a Assembleia da República, o parlamento nacional. Em todos as eleições gerais anteriores, a Renamo, maior partido da oposição do país, ganhou a maioria dos mandatos da província da Zambézia, hegemonia que se quebrou nas eleições da última quarta-feira, já que a Frelimo, formação politica no poder, conquistou cerca de 55 por cento do total dos votos. Os resultados completos deste círculo eleitoral são apresentados a seguir:

Eleições Presidenciais

Daviz Simango (MDM): 33.719 votos (correspondentes a 6,8 por cento)

Armando Guebuza (Frelimo): 270.892 (54,3 por cento)

Afonso Dhlakama (Renamo): 193.956 (38,9 por cento)

Eleições Legislativas

Frelimo: 278.908 (55,4 por cento)

Renamo: 197.518 (39,1 por cento)

Estes resultados atribuem 26 dos 45 mandatos da província da Zambézia ao partido Frelimo, ficando os outros 19 com a Renamo. Outros quatro pequenos partidos concorreram para as legislativas pelo círculo da Zambézia, tendo todos eles conseguido angariar 5,5 por cento dos votos. Nesta província, apenas 33 por cento dos eleitores participaram no processo, de acordo com a Comissão Provincial de Eleições (CPE) local. Em Nampula, o partido Renamo conquistou a maioria dos votos em 1994 e 1999, tendo, em 2004, sido vencido pela Frelimo. Este ano, a Frelimo consolidou a sua posição, ao conquistar 66 por cento dos votos. A seguir, os resultados das eleições na integra:

Eleições Presidenciais

Daviz Simango (MDM): 31.494 (cinco por cento)

Armando Guebuza (Frelimo): 386.375 (68 por cento)

Afonso Dhlakama (Renamo): 156.438 (27 por cento)

Eleições Legislativas

Frelimo: 382.812 (65,6 por cento)

Renamo: 197.518 (23,4 por cento)

Os votos do círculo eleitoral de Nampula foram dispersos por cinco partidos pequenos também candidatos neste processo. A semelhança da Zambézia, Nampula também possui 45 mandatos, dos quais 32 passarão para a Frelimo e outros 13 para a Renamo. Aqui, a taxa de afluência dos eleitores aos postos de votação foi de 39 por cento. Outros resultados, desta feita da província sulista de Inhambane indicam também uma ma vitória folgada da Frelimo e do seu candidato neste círculo eleitoral.

Eleições Presidenciais

Daviz Simango (MDM): 20.809 (7,7 por cento)

Armando Guebuza (Frelimo): 233.090 (86,5 por cento)

Afonso Dhlakama (Renamo): 15.526 (5,8 por cento)

Eleições Legislativas

Frelimo: 207.989 (82,4 por cento)

Renamo: 18.991 (7,5 por cento)

MDM: 4.780 (quatro por cento)

Neste círculo eleitoral, ao nível das presidenciais, existem 16.899 votos em branco e 13.843 votos considerados inválidos pelos membros das assembleias de voto (MMV’s). Isso significa que dos 300.167 eleitores que votaram em Inhambane, 5,6 por cento deles não escreveu praticamente nada nos seus boletins de voto e 4,6 por cento entregaram votos inválidos. Estes números são extremamente altos, sendo por isso suspeitos. Nas eleições de 2004, os votos em branco de todo o país correspondiam a apenas 2,9 por cento e os votos inválidos representavam apenas 2,7 por cento.

O Ministro da Educação e Cultura, Aires Aly, que liderou a brigada central do seu partido em Inhambane, referiu que estes números apontam para uma necessidade de educação eleitoral para que as pessoas saibam como preencher os seus boletins de voto. Uma explicação alternativa é de que, de certeza, houve alguma fraude deliberada. Toda gente está ciente das práticas desonestas dos MMV’s que consistem na invalidação deliberada dos votos dos candidatos da oposição.

Esta realizada ficou provada nas eleições autárquicas de segunda volta realizadas no Município da Cidade de Nacala Porto em Fevereiro passado, onde, em pelo menos três assembleias de voto, os MMV’s adicionaram tinta nos boletins de votação durante o processo de contagem, de modo a fazer com que pareça que o eleitor votou em dois candidatos.

Ainda nestas eleições, suspeita-se que uma fraude idêntica tenha ocorrido numa assembleia de voto da cidade da Beira, onde cerca de cem votos de Daviz Simango foram invalidados usando essa estratégia. A semelhança do que acontece com os votos em branco, os MMV’s desonestos podem simplesmente juntar os votos inválidos ao conjunto dos válidos, situação que pode ser facilitada pelas precárias condições de iluminação. Isto acontece quando os fiscais dos partidos candidatos encontram-se ausentes da assembleia de voto ou quando simplesmente estiverem desatentos.

A vitória esmagadora da Frelimo em Inhambane significa que 15 dos 16 mandatos daquela província ficarão para este partido, restando apenas um para a Renamo. O nível de afluência em Inhambane foi de 46,8 por cento.

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