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Residentes de Polana-Caniço assediados por ricos

Muitos nativos e residentes do bairro Polana-Caniço, na cidade do Maputo, estão a ser assediados por interessados em comprar os espaços que ocupam por diversos interessados em valorizar a zona, uma situação que está a suscitar um frenesim descomunal e a dividir a opinião dos residentes.

Enquanto uns encaram a oportunidade com entusiasmo e até já recorrem a assessorias de familiares com grau de escolaridade relativamente avançado e/ou a experts na área, para melhor fixarem os preços a cobrar, outros há que entendem a situação como forma de “expulsá-los” da zona e apelam à “resistência”.

Os que se entusiasmam com o interesse dos “endinheirados” pelos espaços que ocupam ou de que são titulares legítimos “esfregam as mãos” e negoceiam entre dois milhões de meticais e oito milhões de meticais. Aliás, alguns “donos” das benfeitorias, depois de constatarem que os interessados na compra dos espaços pouco se importam com os valores exigidos, até estão a elevar a fasquia.

Resistentes

Os “resistentes”, de certa forma muitos deles induzidos por algumas lideranças locais, pura e simplesmente se recusam a alinhar no negócio, por considerarem tratar-se de um “truque” para remata-los para zonas periféricas da cidade e/ou para a província vizinha do Maputo.

Sabe-se que muitos dos interessados pelos espaços habitacionais na “bolsa imobiliária” pretendem erguer no bairro Polana-Caniço “A” e “B”, quarteirões 70 e 71, basicamente as secções situadas próximo da Avenida Julius Nyerere, condomínios de luxo e/ou prédios para arrendamento e outras infra-estruturas chiques que futuramente renderão avultadas somas de dinheiro.

Conselho Municipal

Oficialmente, os trabalhos de reabilitação da Avenida Julius Nyerere, destruída pelas enxurradas de 2000, arrancam, este Sábado e o município apenas se responsabiliza pela remoção dos que estão no traçado desta rodovia, que deverão ser reassentados no Zimpeto e no distrito da Manhiça (província do Maputo).

São no total 40 as famílias que deverão sair do traçado da Avenida Julius Nyerere, de uma lista compilada pela edilidade da cidade do Maputo.

Victor Fonseca, director de Infra-estruturas do Conselho Municipal do Maputo, explicou, entretanto, que parte destas famílias não beneficiará de nenhum apoio da edilidade pelo facto de se ter estabelecido “ilegalmente” nos terrenos visados pelo novo traçado da Av. Julius Nyerere.

Comentando o frenesim que se assiste no bairro Polana-Caniço, onde alguns estão a negociar os espaços que ocupam ou são titulares legítimos, Fonseca disse tratar-se de um fenómeno “normal” e que para o bem dos maputenses o que mais importa é requalificar a zona e ter uma cidade bela e atraente.

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