Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Renamo já pensa em revogar o boicote

A Renamo assegurou que a proibição de os seus deputados tomarem posse na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, “prevalece”, considerando ser uma “responsabilidade individual” a decisão de alguns deputados terem desacatado a medida.

O porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, citou na quinta-feira no jornal “Notícias”,“a decisão soberana da Comissão Política de os deputados da Renamo não tomarem posse prevalece, até decisão em contrário, ou em definitivo”. “A Renamo é um partido coerente e leva a sério as suas decisões. Até este momento a decisão da Comissão Política no sentido de os deputados não tomarem posse prevalece”, disse Mazanga, reiterando as acusações de que “o partido foi roubado” nas eleições gerais.

Porém, a liderança do maior partido da oposição está a ponderar os próximos passos, incluindo a revogação do boicote à legislatura inaugurada na terça-feira, atendendo ao “impacto e aos objectivos que a Renamo pretende neste momento”. “Não temos nenhum dogma, não somos estáticos e agimos em função dos interesses do partido e dos objectivos do momento.

Por isso não afastamos a possibilidade de revogar qualquer medida porque entendemos o nosso processo de decisão como dinâmico e as nossas decisões como transitórias”, referiu ainda o porta-voz da Renamo. Uma provável revogação do boicote vem responder as exigências de alguns deputados eleitos da Renamo que, desde há algum tempo, vem tentando persuadir seu líder no sentido de permitir que eles tomem posse.

Apesar de a liderança política da Renamo ter decidido boicotar a cerimónia de tomada de posse da nova AR, realizada terça-feira em Maputo, como forma de protestar contra alegadas irregularidades nas eleições gerais de 28 de Outubro último, 16 dos 51 deputados que o partido conseguiu eleger desrespeitaram a ordem e foram investidos. Para Mazanga, os 16 deputados que desafiaram a direcção do partido foram movidos por “fome” e “fazem política para ganhar dinheiro”.

“Eles agiram segundo a sua consciência individual e não por acatamento da consciência colectiva do partido. São individualmente responsáveis pelos seus actos”, disse o porta-voz da Renamo. Sobre as medidas que poderão ser tomadas contra os deputados “dissidentes”, Mazanga limitou-se a afirmar que “a Renamo é um partido democrático, que não aposta na punição como método de disciplina partidária”.

O parlamento moçambicano empossado terça-feira é dominado pela Frelimo, com 191 dos 250 deputados, mas conta com uma terceira força política, o partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que conseguiu eleger oito deputados.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts