Reclusas da Cadeia Feminina de Ndlavela, no Município da Matola, província de Maputo, no sul de Moçambique, estão envolvidas na produção industrial de frangos. Trata-se de uma iniciativa do Serviço Nacional de Prisões em parceria com a embaixada da Dinamarca em Moçambique, com duração de cinco anos, desenvolvida no âmbito da reinserção social da população prisioneira.
A iniciativa foi lançada na passada quarta-feira (8) com a introdução de 35 mil pintos. Neste projecto estão envolvidas as empresas Higest e a Mbio. De referir que Higest deverá comprar toda a produção para a sua posterior colocação no mercado, revertendo os fundos equitativamente para o sector das prisões e para a própria empresa, no âmbito de um contrato com o Serviço Nacional de Prisões.
O projecto prevê actividades de formação em matéria de criação de frangos para as reclusas, assim como para a população que vive nas cercanias da Cadeia Feminina de Ndlavela. A AIM apurou que se espera, no fim de 12 meses, ter seis lotes de 35 mil pintos cada.
Durante a cerimónia de lançamento do projecto, o vice-ministro da Justiça, Alberto Nkutumula, explicou que este projecto poderá ser alargado a outros estabelecimentos prisionais do país. Actualmente, as cadeias moçambicanas comportam uma população prisional de aproximadamente 15 mil reclusos e o Ministério da Justiça estuda neste momento a aplicação de medidas e penas alternativas à prisão visando o seu descongestionamento, dado representarem um encargo anual de seis milhões de dólares.
“A criação de frangos é apenas uma parte de uma série de actividades visando a preparação da reinserção social da população prisional após o cumprimento da pena. Com o dinheiro que elas vão conseguir neste projecto, poderão juntar para abrir um negócio quando saírem da cadeia”, disse.
O projecto é financiado pela Embaixada da Dinamarca, através da Agência Dinamarquesa para o Desenvolvimento Internacional (DANIDA), no valor de 400 mil dólares norte-americanos.