Boa tarde, Jornal @Verdade. Chamo-me Julião Nauacha, residente em Maputo. Venho por este meio expor uma preocupação que afecta os citadinos da capital moçambicana, em particular os que frequentam a zona da baixa da cidade Maputo, nas proximidades da fábrica de óleo alimentar e sabão, denominada Ginóleo, ou seja, Ginwala.
O problema é o seguinte: na esquina entre a Avenida 25 de Setembro e a Rua Alberto Massavanhane foi construído um estaleiro de fabrico de betão armado pela empresa Cimpor Betão, que ostenta a licença número 657/DMI/DCU/2012. As suas actividades inquietam porque estão a ter efeitos negativos na saúde de muita gente.
Este estaleiro liberta grandes quantidades de pó que se espalha pela zona durante o processo de fabrico do seu produto e a população está a passar mal. Este problema já constitui um perigo tanto para o meio ambiente como, principalmente, para a saúde dos que frequentam a área onde está instalado o empreendimento.
A maior parte das pessoas que trabalham nas empresas e fábricas construídas nas imediações da firma Cimpor Betão poderá no futuro queixar-se de problemas respiratórias e poluição, caso até este momento ainda não tenham começado a ressentir-se disto.
A segurança rodoviária é também posta em causa naquela zona, uma vez que a argamassa produzida pelo estaleiro em alusão se espalha pela estrada devido ao descuido por parte dos proprietários e trabalhadores do mesmo, o que pode vir a afectar negativamente os veículos.
Resposta
Para o esclarecimento deste assunto, o @Verdade contactou a repartição do Meio Ambiente e Urbanização do Conselho Municipal de Maputo, onde um funcionário, por sinal ambientalista, nos disse que não era a pessoa indicada para falar à Imprensa sobre a preocupação do nosso reclamante.
Contudo, explicou-nos que as actividades da empresa Cimpor Betão são exercidas com o conhecimento da edilidade e não constituem nenhum perigo à saúde pública.
Segundo nosso interlocutor, antes da atribuição da licença para a instalação do aludido estaleiro, o Conselho Municipal de Maputo exigiu que fosse feito um estudo de impacto ambiental que visava aferir se o pó expelido é ou não em quantidades suficientes para prejudicar a saúde das pessoas e o meio ambiente. Concluiu-se que não havia qualquer tipo risco de nesse sentido.
O ambientalista disse ainda à nossa Reportagem que a Cimpor Betão está a funcionar numa área apropriada para o tipo de trabalho que faz porque não é residencial. Todavia, há necessidade de se salvaguardar os interesses e vidas de outros cidadãos que se encontram nas imediações da zona, como é o caso dos trabalhadores das empresas e fábricas contíguas.
Num outro desenvolvimento, a nossa finte admitiu a possibilidade de se realizar um novo estudo de impacto ambiental para a verificação do grau do cumprimento das quantidades de pó expelido, segundo o previsto no dispositivo que regula aquele tipo de trabalho.
Em relação ao alegado perigo que pode vir a recair sobre os carros devido à argamassa que é derramada pela estrada, a nossa fonte afirmou que não tem conhecimento do problema, porém, prometeu averiguá-lo no sentido de se apurar responsabilidades.