As obras de reabilitação da barragem de Massingir, localizada no rio dos Elefantes, afluente do rio Limpopo, na província de Gaza, sul de Moçambique, vão arrancar durante o ultimo trimestre deste ano (2010), devendo centrar-se na reparação das descargas de fundo, que sofreram uma rotura em Maio de 2008.
O director do projecto, Vasco Munguambe, disse, no Chokwe, que várias acções concretas já foram realizadas, nomeadamente a assinatura, em Outubro de 2009, de um acordo de crédito com o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e a conclusão, em Janeiro último, da fase de pré-qualificação, destinada, essencialmente, à identificação de empresas especializadas em obras electromecânicas de dimensão da barragem de Massingir.
Presentemente, estamos numa fase de conclusão dos documentos do concurso e esperamos que durante o segundo trimestre deste ano (2009) possamos fazer a selecção da empresa ou empresas que irão negociar o contrato para a execução das obras”, explicou o director do projecto de reabilitação da barragem de Massingir. Munguambe referiu que a reparação das descargas de fundo constitui a componente principal deste projecto, orçado em cerca de 20.6 milhões de dólares norte-americanos, e que numa fase posterior vai consistir na reabilitação do descarregador auxiliar.
Estudos recentes indicam que, actualmente, o descarregador auxiliar não tem capacidade de dar vazão a eventuais cheias da dimensão das de 2000, estandose neste momento na fase de estudos geotécnicos em Massingir, visando, fundamentalmente, a recolha de dados técnicos necessários à elaboração do respectivo projecto executivo.
As descargas de fundo da barragem de Massingir sofreram uma rotura em 2008, inundando explorações agrícolas e destruindo diverso equipamento agrícola, incluindo tractores e motobombas pertencentes a agricultores que desenvolvem as suas actividades na região do Chókwè, com enorme potencial para a produção de arroz e hortícolas. Fundamentalmente, a barragem de Massingir destina-se à provisão de águas para rega de 90 mil hectares, mitigação da intusão salina e amortecimento de cheias. Segundo estudos, espera-se que as intervenções previstas na barragem resultem na duplicação da sua capacidade de armazenamento de água.