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Raptores condenados a penas que variam dos oito a 18 anos de prisão em Moçambique

Momad Amene, Remane Abdul Remane, Gipson Carlos e Jafar Mussagy Malache, acusados de sequestro de dois empresários, em Abril e Dezembro de 2012, que estavam a ser julgados desde finais de Julho, foram condenados esta terça-feira, pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, a penas que variam de oito a 18 anos de prisão.

O colectivo de juízes da 7.ª Secção daquele tribunal deu como provadas as acusações de que os quatro indivíduos praticaram os crimes de roubo concorrendo com cárcere privado, posse de armas proibidas e formação de associação para delinquir.

Os réus eram acusados de sequestro dos empresários, nomeadamente José Moreira Alves, proprietário da Jomofi Construções, no bairro da Costa do Sol, na noite de domingo em Abril de 2012, e Jainudin Norudini Dali, proprietário da Padaria Lafões, interceptado pela quadrilha à entrada da sua casa na noite de 18 de Dezembro do mesmo ano.

Segundo anuncia o jornal ?Noticias?, Momad Amene, considerado cúmplice, foi condenado a pena mais leve, nomeadamente oito anos de prisão, seguido de Jafar Malache, que apanhou 14. Os co-réus Remane Abdul Remane, este que aparece como o líder do bando, a pessoa que identificava as vítimas e providenciava meios para a consumação dos crimes, incluindo viaturas, bem como Gipson Carlos, foram condenados a 18 anos de prisão.

Os quatro co-réus, com a excepção de Momad Amene, foram ainda condenados a pagar 302 mil dólares norte-americanos e 100 mil meticais à vítima José Moreira Alves e 201 mil dólares norte-americanos e 910 mil meticais a Jainudin Norudini Dali por danos patrimoniais. O tribunal determinou igualmente que cada um dos lesados terá que receber mais 51 mil meticais por danos não patrimoniais causados pelo sequestro.

Na altura do sequestro, José Moreira Alves foi levado para um cativeiro algures no bairro de Magoanine, cidade de Maputo, não longe do local do sequestro. Fora os 28 mil dólares que levava na sua viatura, telefones celulares e outros bens de valor, os sequestradores exigiram à família dois milhões de dólares de resgate. No contacto havido, os familiares de José Moreira Alves disseram aos raptores que dispunham de 300 mil dólares, valor que o filho da vítima foi orientado a deixar no Campus da Universidade Eduardo Mondlane e abandonar o local sem olhar para trás. O empresário viria a ser solto três dias após o sequestro.

No caso de Jainudin Norudini Dali, durante o transporte para o primeiro cativeiro em Mahlazine, também arredores da capital, foi despojado de mil dólares norte-americanos e de três cartões de débito com os respectivos códigos de acesso, o que permitiu aos raptores levantar dinheiro e fazer compras por diversas vezes, de acordo com a acusação. Na madrugada do dia seguinte ao do rapto, quando o transferiram para um outro bairro da periferia, que não foi mencionado, os réus falaram telefonicamente com a filha exigindo um milhão de dólares e que não devia envolver a Polícia, sob pena de matarem o pai.

A família conseguiu juntar no mesmo dia 600 mil meticais, os quais após uma negociação os sequestradores orientaram a família para depositá-los num contentor de lixo, mas exigiram pelo menos 200 mil dólares, alegando ser pouco comum pagar-se resgate em moeda nacional. Curioso e que mais uma vez o local escolhido pelos malfeitores para a ?recepção? do valor do resgate foi o Campus da Universidade Eduardo Mondlane.

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