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“Se tem quatro pães, diz ah os pães que me deram são pequeninos. Estão sempre a lamentar?” Presidente Guebuza

“As vezes, algumas pessoas felizmente muito poucas- vivem da lamentação. Estão sempre a lamentar”, disse Guebuza, falando na Ponta Vermelha, palácio presidencial, durante um encontro com a comunidade moçambicana residente na diáspora, por ocasião da quadra festiva. Essas pessoas, disse Guebuza, quando tem um pão dizem “ah está a ver; só tenho um pão. Se tem dois pães, diz está a ver; só tenho dois pães, devia ter mais. Se tem quatro pães, diz ah os pães que me deram são pequeninos. Estão sempre a lamentar!”

Para o Chefe de Estado, essa atitude revela falta de auto-estima e de amor-próprio. “Mesmo perante vitórias, também lamenta. Falta de auto-estima. “Não está lá o amor-próprio. Não valoriza aquilo que ele próprio faz. Quem mais vai valorizar?”

Guebuza vincou, porém, que essa não foi, a atitude das famílias moçambicanas que no princípio deste ano foram assoladas pelas cheias que fustigaram as regiões sul e centro do país, tendo provocado enormes prejuízos humanos e materiais.  “Inspirando-se na sua capacidade de transformar desafios em oportunidades, o nosso povo, sob a direcção do nosso governo, lançou-se na reconstrução das suas vidas?, disse, anotando que, nessas regiões, as vitimas das cheias ?não lamentaram. Choraram e arregaçaram as mangas e trabalharam.”

Ainda no seu discurso, Guebuza disse que Moçambique logrou conquistar “muitas realizações” este ano que fazem com que “o dia de hoje seja melhor que o dia de ontem e reforçam a nossa convicção de que o dia de amanhã será ainda melhor que o de hoje, com cada um de nós fazendo a sua parte”.

O estadista mocambicano falou igualmente do florescimento da exploração de recursos naturais em Moçambique que, segundo disse, a sua descoberta não significa desenvolvimento em si, mas sim promessa de desenvolvimento. “Essa promessa de desenvolvimento pode ser testemunhada através dos impactos positivos iniciais que a implementação dos grandes projectos para a exploração destes recursos gera”, afirmou.

Contudo, Guebuza diz existir um drama relacionado com a existência de “muita gente que quer beber água antes de cavar o poço, ao invés de pegar na enxada e pá e cavar o poço porque há água lá, dizem onde está a água? Onde está?, não vêem a água. E sabem que sempre que nós falamos sobretudo quando falamos em voz alta – vamos perdendo líquidos, vamos necessitando de mais água ainda, mas não estamos a trabalhar para trazermos água à superfície”, disse.

Aos moçambicanos residentes na diáspora, Guebuza pediu que continuem a mensagem de que “o povo moçambicano é de paz e quer paz. E o povo moçambicano acredita que é através do diálogo que as diferenças se confrontam e dela sai a faísca que nos vai fazer, de forma consensual, caminhar para vencermos a pobreza e começarmos a viver, aproveitando e usando/ usufruindo dos recursos humanos e materiais de que o país dispõe. Assim também como os recursos humanos e materiais existentes na diáspora onde estão que são uma grande contribuição para o engrandecimento deste nosso belo Moçambique.”

Por seu turno, os moçambicanos residentes na diáspora disseram estar preocupados com ataques perpetrados por homens armados (da Renamo), principalmente na região centro do país, que “semeiam luto e dor na família moçambicana e põem em risco todo o desenvolvimento que o país tem vindo a registar sob a sabia liderança de vossas excelências.”

Falando em nome de moçambicanos residentes na África do Sul, Alemanha, França, Japão, Malawi, Quénia, Reino Unido, Swazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwé, Natalino Afonso, disse que a decisão deles de procurar melhores condições de vida e de trabalho no estrangeiro não significa roptura com o país de origem, mas sim uma oportunidade de trabalhar e dignificar Moçambique.

As remessas que temos enviado, pequenas que sejam, são regulares e passam a contar para a família que directa ou indirectamente irrigam a economia, fazendo assim transpirar o desenvolvimento das nossas zonas de origem onde sonhamos voltar, disse Afonso.

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