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“O que se passa no nosso país não é aceitável (…) e condenamos o facto de pessoas serem atacadas e mortas”, Jacob Zuma

O Presidente Jacob Zuma apresentou as suas condolências, quinta-feira, às pessoas que perderam entes queridos na onda de violência xenófoba que abala algumas partes da África do Sul. Falando diante da Assembleia Provincial da Cidade do Cabo, Zuma declarou que as recentes violências, que fizeram pelo menos cinco mortos, violam o respeito pela vida, a dignidade humana e a cultura africana de “ubuntu” (unidade).

Ele afirmou que o seu Governo é contra o racismo, a xenofobia, a homofobia e o sexismo. “Os Sul-africanos não são geralmente xenófobos. Se fossem, não teríamos tantos cidadãos estrangeiros que se integraram”, acrescentou.

Numa mensagem gravada e divulgada à escala nacional na rádio e na televisão, quarta-feira à noite, Zuma notou que “o que se passa no nosso país não é aceitável (…) e condenamos o facto de pessoas serem atacadas e mortas”.

Ele admitiu que a resposta lenta do Governo às frustrações sócio-económicas poderia alimentar o caos. “Estamos conscientes das frustrações que as pessoas vivem e talvez nós, enquanto Governo, não fomos muito rápidos para responder a estas questões”.

O Presidente sul-africano afirmou que era importante lembrar que, durante a luta de libertação, numerosos países africanos acolheram exilados sul-africanos. “Quando estávamos em dificuldade eles nos ajudaram a bater-nos pela nossa própria libertação e não nos expulsaram”.

Os ataques contra lojas pertencentes a estrangeiros, que começaram em Durban na semana passada, estenderam-se agora para Joanesburgo, onde numerosos estrangeiros fugiram. Antes, milhares de pessoas desfilaram em Durban para protestar contra a xenofobia.

Num discurso diante de milhares de apoiantes em Pongola, no mês passado, o rei zulu Zwelithini queixou-se da criminalidade e das ruas sujas e declarou que os imigrantes “deveriam voltar aos seus países”.

A secção do Cabo Oeste da União para a Defesa Nacional apresentou uma queixa junto da Comissão Sul-Africana dos Direitos e o Congresso Nacional Africano (ANC), o partido no poder, condenou os ataques qualificando-os de “actos criminosos contra pessoas vulneráveis e sem defesa que procuram refúgio, conforto e prosperidade económica no nosso país”.

“Os desafios reais com os quais está confrontado o povo sul-africano não podem ser imputados a pessoas de nacionalidade estrangeira”, notou o comunicado do ANC. O Malawi indicou que vai repatriar os seus cidadãos que estão ameaçados na África do Sul.

Centenas de milhares de estrangeiros, principalmente provenientes de outros Estados africanos e da Ásia, estabeleceram-se na África do Sul desde que a minoria branca pôs termo ao apartheid em 1994.

Pelo menos 72 pessoas morreram em ataques xenófobos que abalaram o país em 2008.

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