A polícia e os pedestres deixaram a estudante indiana vítima de estupro colectivo deitada na rua sem roupas por quase uma hora, disse, esta Sexta-feira (4), um amigo que foi atacado com ela, na sua primeira declaração pública sobre o caso que provocou protesto internacional.
A estudante de 23 anos morreu no hospital duas semanas após ter sido atacada, a 16 de Dezembro, num autocarro privado em Nova Délhi, uma cidade chamada de “capital do estupro” da Índia.
“Ficamos a gritar para a polícia, ‘por favor nos dêem algumas roupas’, mas eles demoraram para decidir em que delegacia o nosso caso deveria ser registado”, disse o sobrevivente à rede Zee News.
O homem disse que ele e a mulher foram atacados depois que entraram no autocarro, após irem ao cinema. Eles foram lançados para fora do autocarro e deixados a sangrar na rua por 45 minutos até a chegada de uma viatura policial, disse.
Os oficiais, então, levaram longo tempo a discutirem para quae delegacia levá-los, acrescentou.
“Algumas pessoas aproximaram-se, mas ninguém ajudou. Antes de a polícia chegar, eu gritei por ajuda, mas os carros e outros que passavam não pararam”, disse em entrevista. “Levou uma hora e meia para que fôssemos levados ao hospital”, acrescentou.
O ataque provocou protestos nas ruas em toda a Índia e promessas do governo de punições mais duras aos criminosos.
Nenhuma das vítimas teve o seu nome revelado. Cinco homens foram acusados pelo estupro colectivo e assassinato da mulher, Quinta-feira.