Sob o espectro do boicote da Renamo, está agendada para terça-feira, a tomada de posse da nova Assembleia da República, a sétima. O maior partido da oposição, está reunido em Nampula, no norte do país, e insiste que não se vai fazer presente á cerimónia, em protesto contra a validação das eleições de Outubro passado.
Recorde-se que os resultados deram uma vitória qualificada ao partido no poder, a Frelimo, mercê dos cento e noventa e um dos duzentos e cinquenta assentos daquele órgão legislativo. As ameaças de boicote ao Parlamento pela Renamo não estão, obviamente, a passar ao lado do cidadão comum, ciente da importância de que se reveste aquele órgão legislativo, num estado que se quer de direito e democrático.
Acho que eles deviam tomar o seu lugar e não fazer confusão, opinam cidadãos contactados pelo correspondente da BBC em Maputo. Um outro cidadão descreve a atitude da Renamo como uma brincadeira. Vão boicotar e depois?
Deviam trabalhar para os resultados serem diferentes da próxima vez”. Uma jovem contudo acha que Se eles dizem que não vão tomar posse é por alguma razão, porque acham que foram injustiçados Com ou sem a Renamo o início da cerimónia de investidura está marcado para as oito horas de terça-feira, na capital Moçambicana.
Para além do marco político que constitui, a ocasião deverá também ficar nos anais da história com a indicação, pela primeira vez de uma mulher para presidir a Assembleia da República. Trata-se de Verónica Macamo, de cinquenta e três anos, membro sénior da Frelimo e até aqui vice-presidente daquele órgão.
Como reage então a sociedade Moçambicana, em que apesar dos esforços a mulher ainda é subestimada e marginalizada? Eu olho para isso com naturalidade, porque não? perguntase um jovem. As mulheres já demonstraram que são capazes, afirma outro cidadão por nós interpelado. (colaboração – BBC)