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“Maior poeta vivo”, Bob Dylan ganha Prémio Nobel de Literatura

Bob Dylan, considerado a voz de uma geração pelas suas canções influentes dos anos 1960 em diante, ganhou o Prémio Nobel de Literatura de 2016, uma decisão surpreendente que deu a um cantor e compositor umas das honrarias culturais mais prestigiosas do mundo.

“Dylan tem o status de um ícone. A sua influência na música contemporânea é profunda”, disse a Academia Sueca nesta quinta-feira, quando concedeu o prémio de 8 milhões de coros suecas (cerca de 930 mil dólares).

Mais de 50 anos depois de estrear, Dylan continua a escrever canções e está frequentemente em digressãoê.

“Ele provavelmente é o maior poeta vivo”, disse Per Wastberg, membro da Academia Sueca. Sara Danius, secretária permanente da Academia do Nobel, disse em uma colectiva de imprensa que houve uma “grande unidade” na decisão da comissão de conceder o prémio a Dylan.

Robert Allen Zimmerman, o símbolo do folk rock americano, nasceu em 24 de maio de 1941 em Duluth (Minnesota, EUA), numa família de comerciantes judeus.

Dylan deixou os seus estudos na Universidade de Mineápolis para se dedicar ao folk e em 1961 instalou-se na Greenwich Village de Nova Iorque, onde conheceu o seu ídolo, o cantor Woody Guthrie. Nesse mesmo ano, o produtor Bob Johnton contratou-o para a Columbia Records e em 1962 publicou o seu primeiro álbum, “Bob Dylan”.

O seu segundo trabalho, “The Freewheelin Bob Dylan” (1963), incluía “Blowin’ in the wind”, a canção que lhe deu fama internacional. Aquela foi a sua época mais prolífica como compositor. De 1965 é “Bringing it all Back Home” e de 1966, uma das suas obras principais, “Blonde on blonde”, que gravou junto aos The Band.

Após sofrer um acidente de moto em Julho de 1966 que o manteve afastado dos palcos durante um ano, em plena popularidade, permaneceu recluso na sua casa a compor. Depois subiu pela primeira vez a solo num palco, o do Free Trade Hall de Manchester, com uma guitarra eléctrica, rompendo com o folk puro e com a sua companheira daqueles anos, Joan Baez.

No final dos anos 60 experimentou a sua conversão ao cristianismo, uniu-se ao movimento fundamentalista “Born again” e evoluiu para uma música mais espiritual. As mudanças não foram bem aceites e a sua carreira sofreu buracos desde então, embora no final dos anos 80 tenha feito parte de um “supergrupo”, os Traveling Wilburys, formado por George Harrison, Roy Orbison, Tom Petty e Jeff Lynne. O grupo editou dois álbuns.

Com quase 40 discos de estúdio no mercado, das últimas décadas destacam-se “Love & Theft” (2001), “Modern Times” (2006) “Tempest” (2012) e “Fallen Angels” (2016). Também publicou diversas compilações como “The Essential Bob Dylan” e “Bob Dylan Live. 1961-2000”, que a Columbia Records lançou à venda coincidindo com o seu 60° aniversário.

Além disso, há álbuns surgidos de concertos como o que ofereceu no Madison Square Garden em 1992 no seu 30° aniversário como músico, do que deu junto aos Rolling Stones em Buenos Aires em 1998 e da tourné realizada em 2011. Dylan também compôs para o cinema. Pela sua canção “Things Have Changed” escrita para “Wonder Boys” (2000) obteve um Óscar e um Globo de Ouro de melhor canção.

Dylan conta, além deste reconhecimento, com um Óscar, um Príncipe das Astúrias das Artes 2007 e um prémio Pulitzer em 2008, entre outros prestigiados prémios.

Poeta e pintor, Bob Dylan foi candidato ao prémio Nobel de Literatura em várias ocasiões.

Em maio de 2016, Dylan publicou “Fallen Angels”, o álbum de estúdio número 37 da sua carreira, produzido por Jack Frost, pseudónimo utilizado por Dylan como produtor. O disco, que será acompanhado de uma digressão, foi divulgado dias antes do seu 75° aniversário, e como continuação do bem-sucedido “Shadows in the Night” (2015).

O prémio de literatura foi o último Nobel concedido neste ano. Ele leva o nome do inventor da dinamite, Alfred Nobel, e vem sendo entregue desde 1901 para conquistas nas áreas de ciência, literatura e paz, conforme o seu testamento.

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