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“Guerra ao Terror” vence o Oscar e Kathryn Bigelow faz história

"Guerra ao Terror" vence o Oscar e Kathryn Bigelow faz história

O drama passado no conflito do Iraque “Guerra ao Terror” foi o grande vencedor da 82a. premiação do Oscar, com seis estatuetas, incluindo melhor filme e a histórica de direção para Kathryn Bigelow, a primeira mulher a vencer nesta categoria.

O filme vigoroso sobre uma unidade antibombas em Bagdá dominou a premiação, com a cineasta Kathryn Bigelow se tornando a primeira mulher a triunfar na categoria de melhor diretor. O longa-metragem também venceu nas categorias roteiro original, montagem, som e edição de som. “Isto é realmente, não há outra maneira de descrever, o momento de uma vida”, disse Bigelow, que foi apenas a quarta mulher indicada como diretora na história da Academia.

“Eu gostaria de dedicar isto às mulheres e aos homens no serviço militar que arriscam suas vidas diariamente no Iraque, Afeganistão e ao redor do mundo”, cletou. “Que eles possam voltar para casa em segurança”. Nas categorias de interpretação os prêmios foram para os favoritos: o veterano Jeff Bridges venceu pela interpretação de um cantor country decadente em “Coração Louco” e Sandra Bullock triunfou pelo papel de mãe de família conservadora que adota um negro em “Um Sonho Possível.”

A noite foi perfeita no Kodak Theater para Bigelow, que viu seu filme independente de baixo orçamento em um duelo contra “Avatar,” o épico futurista de orçamento gigantesco dirigido por seu ex-marido James Cameron. O fenômeno de público de Cameron – a maior bilheteria de um filme na históra, com mais de 2,5 bilhões de dólares – teve que se conformar com três estatuetas de categorias técnicas: direção de arte, fotografia e efeitos visuais.

A disputa entre os filmes de Bigelow e Cameron foi classificada de a ‘batalha dos sexos’, mas os dois cineastas sorriram durante toda a noite, sentados a poucos metros de distância durante o show.

Os prêmios de atuação seguiram o roteiro previsto, com Bridges finalmente conquistando um Oscar depois de quatro indicações que não renderam a estatueta. Bridges lembrou os pais já falecidos – o pai Lloyd Bridges foi um astro da TV na década de 60 – no discurso de agradecimento, 39 anos após sua primeira indicação ao Oscar. “Obrigado mãe e pai por terem-me levado para uma profissão tão boa”, disse o ator.

Já Sandra Bullock teve sua redenção, apenas 24 horas depois de ter recebido o prêmio de pior atriz do ano no Framboesa de Ouro – por “Maluca Paixão”. No palco, ela perguntou se realmente havia vencido o Oscar. O papel de Bullock em “Um Sonho Possível” é baseado na história de Leigh Anne Tuohy, que levou para casa o adolescente negro e morador de rua Michael Oher, que hoje é um jogador profissional de futebol americano.

A atriz dedicou o prêmio às “mães que cuidam de seus bebês e crianças independente de onde eles vieram”. O prêmio de ator coadjuvante ficou com o austríaco Christoph Waltz pelo papel de nazista sádico em “Bastardos Inglórios”, de Quentin Tarantino, enquanto a comediante Mo’Nique levou o prêmio de atriz coadjuvante pela interpretação da mãe desumana em “Preciosa”, que também venceu na categoria de roteiro adaptado.

O triunfo de Mo’Nique’s foi apenas o quinto de uma atriz negra na história do Oscar, depois de Hattie McDaniel, Whoopi Goldberg, Halle Berry e Jennifer Hudson. A atriz de 42 anos homenageou Hattie McDanniel, atriz de “E o Vento Levou”, no discurso de agradecimento. “Eu quero agradecer a senhora Hattie McDaniel por ter passado por tudo o que passou para que eu não tivesse que passar”, disse.

Já Waltz agradeceu a Academia e o diretor Tarantino.

Outro destaque da noite foi “Up – Altas Aventuras”, da Disney Pixar, que levou as estatuetas de filme de animação e trilha sonora. Este foi o terceiro Oscar seguido de animação do estúdio, depois de “Ratatouille” em 2008 e “Wall-E” em 2009.

A grande surpresa da festa ficou por conta da vitória do argentino “O Segredo de seus Olhos” na categoria de filme de língua estrangeira. O diretor Juan José Campanella, que lembrou as vítimas do terremoto no Chile no agradecimento, já havia sido indicado em 2002 por “O Filho da Noiva”. O longa argentino superou o badalado e favorito “A Fita Branca”, da Alemanha, vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Esta foi a segunda vitória argentina na história da categoria, depois do prêmio para “A História Oficial” na década de 80.

Os apresentadores da festa, Steve Martin e Alec Baldwin, iniciaram a cerimônia com uma série de piadas sobre os indicados. Ao falar sobre o ex-casal Bigelow e Cameron, Martin afirmou que a diretora ficara tão feliz de ter sido indicada com o ex-marido que enviou ao cineasta uma “cesta de presentes com um timer”. “Ele retribuiu enviando para ela um Toyota”, respondeu Baldwin, com uma piada sobre a situação da montadora japonesa.

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