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“12 Anos de Escravidão” faz história com Oscar de melhor filme

O drama “12 Anos de Escravidão” ganhou o Oscar de melhor filme na madrugada desta segunda-feira, fazendo história como o primeiro filme de um realizador negro a ganhar a maior honraria da indústria cinematográfica em 86 anos da premiação.

O retrato da escravidão pré-Guerra Civil dos Estados Unidos pelo realizador britânico Steve McQueen também ganhou outras duas estatuetas, incluindo melhor atriz secundária para a novata Lupita Nyong’o e melhor roteiro adaptado baseado no livro de memórias de Solomon Northup, um homem livre vendido como escravos na Louisiana.

“Todo mundo merece não apenas sobreviver, mas viver, este é o legado mais importante de Solomon Northup”, disse McQueen no seu discurso ao receber o Oscar.

O filme superou o suspense “Gravidade”, do cineasta mexicano Alfonso Cuarón, que, no entanto, acumulou o maior número de estatuetas da noite com sete, incluindo o Oscar de melhor realizador para Cuarón, o primeiro latino-americano a ser premiado nesta categoria.

“Gravidade”, estrelado por Sandra Bullock como uma astronauta perdida no espaço ao lado de George Clooney, levou a maioria dos prémios técnicos, como efeitos visuais e fotografia, uma recompensa pelo seu trabalho pioneiro em expressar espaço e leveza.

Num dos anos mais fortes para a produção do cinema na memória recente, os mais de 6.000 eleitores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas distribuíram estatuetas douradas do Oscar entre os muitos filmes em disputa.

Foi uma boa noite para o longa de baixo orçamento “Clube de Compras Dallas”, um filme biográfico de um ativista da Aids que recebeu três prémios Oscar, incluindo os dois prémios de atuação masculina.

Matthew McConaughey, com uma reviravolta notável na sua carreira, ganhou como melhor ator por sua interpretação do homofóbico vitimado pela Aids Ron Woodroof, um papel para o qual perdeu 23 quilos.

O seu colega Jared Leto ganhou como melhor ator secundário por seu papel como ajudante de um improvável negócio de Woodroof, a mulher transexual Rayon, para o qual também emagreceu drasticamente.

A australiana Cate Blanchett levou o Oscar de melhor atriz por interpretar uma socialite abalada pelos crimes financeiros do seu marido no filme de Woody Allen “Blue Jasmine.

“Muito obrigado Woody por ter me escolhido”, disse Cate.

O filme italiano “A Grande Beleza”, que retrata a alta sociedade de Roma, ganhou o prémio de melhor filme estrangeiro. Foi o primeiro Oscar do diretor Paolo Sorrentino e o 11º da Itália, que se torna o país mais premiado desde 1956, quando essa categoria foi introduzida.

O conto de princesas nórdicas “Frozen” ganhou o Oscar de melhor filme de animação, o primeiro dos estúdios Disney desde que a categoria foi introduzida em 2002.

A comediante e apresentadora Ellen DeGeneres voltou a comandar a cerimónia neste ano, numa aparição que muitos consideraram calculada para dar um tom mais leve à maior noite de Hollywood, após a performance provocante de seu antecessor, Seth MacFarlane.

Descontraída, Ellen misturou-se com a plateia, tirando fotos “selfie” com vários artistas e postando no Twitter, quebrando o recorde de retweets.

O grande perdedor da noite foi “Trapaça”, do diretor David O. Russell, que foi embora de mãos vazias, apesar de o filme ter sido indicado para 10 categorias, o mesmo número que “Gravidade”.

A atriz de origem queniana Lupita foi um dos grandes destaques da noite, não só pelo vestido pálido azul da Prada no tapete vermelho, mas pelo seu discurso comovente.

Ao receber o primeiro Oscar da noite para “12 Anos de Escravidão”, Lupita, de 31 anos, homenageou a sua personagem.

“Não posso deixar de pensar por um momento que tanta alegria na minha vida é graças a tanta dor de outra pessoa, e assim quero saudar o espírito de Patsey, pela sua orientação”, disse ela, emocionada.

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