Dados oficiais revelam que a província central moçambicana de Sofala é a que mais se evidenciou em termos de linchamentos (78 casos) de suspeitos de banditismo ao longo de 2009, onde ocorreram 33 dos 51 casos de linchamento em todo o país naquele período.
Segundo dados da Procuradoria-Geral da República (PGR), a seguir a Sofala aparece a nortenha província de Cabo Delgado (16) e depois Manica (Centro), com 14 mortos.
A nível da província do Maputo (Sul), os casos de linchamentos registam-se mais no município da Matola, onde a “dimensão do problema é de carácter geral”, segundo o respectivo edil, Arão Nhancale, falando por ocasião da inauguração, sexta-feira passada, do primeiro centro comunitário de prevenção da criminalidade e linchamentos, uma iniciativa da Liga dos Direitos Humanos (LDH) de Moçambique (Cm 3586, pág. 6).
Por seu turno, a presidente da LDH, Maria Alice Mabota, considerou que a prática de linchamentos no país “é grave e preocupante”. “É grave, não é uma coisa pequena. É alarmante, preocupante, para o mundo inteiro. Nós somos vistos como um país onde a justiça é primitiva, isso não pode ser assim”, concluiu aquela activista de defesa dos Direitos Humanos.
