A Policia da República de Moçambique (PRM) no distrito de Angónia, província de Tete, neutralizou, no passado fim-de-semana, um grupo de 60 cidadãos estrangeiros que, utilizando a fronteira de Calomwe, junto ao Malawi, tinham entrado ilegalmente em Moçambique.
Trata-se de etíopes e somalis que se faziam transportar num camião com matrícula moçambicana, cujo motorista e o guia puseram-se em fuga, quando aperceberam-se de que a Polícia estava no seu encalço.
O comandante da PRM em Angónia, António Foluara, disse ao “Diário de Moçambique” que o comportamento do motorista e do guia fez desconfiar de que se tratasse de pessoas que vêm efectuando este tipo de trabalho há muito tempo, porque “fizeram todos os possíveis para distrair as atenções dos nossos homens, dando voltas e voltas com o camião, que tinha a lona fechada, como se estivesse a transportar mercadoria”.
De acordo com as suas palavras, ”os transportadores de imigrantes ilegais costumam enviar seus homens até ao comando distrital, para certificarem-se de que temos ou não meios circulantes à nossa imediata disposição, caso venha a ser preciso desencadear uma operação de perseguição. Quando não vêem um carro da Polícia estacionado, ficam à vontade”.
Só que a corporação naquela região da província de Tete já “abriu os olhos” para as novas actuações dos transportadores de imigrantes ilegais.
Tanto assim que, segundo o interlocutor, “identificado o camião, na sequência duma denuncia por parte das autoridades malawianas, com as quais temos excelentes relações de cooperação na área da defesa e segurança, tomamos as nossas providências e começamos a seguir as movimentações da viatura”.
Aquele oficial da PRM acrescenta que, “depois de certificarem-se de que já não nos poderiam escapar, porque estavam a perder o terreno na perseguição, o motorista parou o carro e ele e o guia desapareceram, deixando os seus passageiros a nossa mercê. Um motorista nosso trouxe o carro para o comando e a viatura está apreendida. Os estrangeiros foram devolvidos para a fronteira por onde entraram”.
A província de Tete está a constituir um corredor de passagem de imigrantes ilegais, muitos dos quais utilizam todos os subterfúgios, incluindo viajar de noite, a pé ou pela mata, para transitarem pelo nosso país, a fim de atingirem, como sempre dizem, a África do Sul, alegadamente à procura de melhores condições de vida.