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Sessenta idosos rejeitados acusados de de feitiçaria por familiares, em Gaza

Pelo menos 60 anciãos estão, desde ano passado, entregues aos cuidados de instituições do Estado em Gaza, encontrando-se acomodados no Lar do Idoso, no distrito turístico do Bilene, após terem sido rejeitados pelos seus próprios parentes, incluindo o filho, que os acusam de feitiçaria.

Emílio Paunde, responsável do sector da Mulher e de Acção Social em Gaza, disse que os 60 idosos foram expulsos das casas onde viviam e acabaram por ser assistidos pelas autoridades governamentais e alojados no Lar do Idoso.

Emílio Paunde disse ao Diário de Moçambique que naquele distrito têm sido frequentes casos de filhos e noras que, quando registam fracassos na vida, atribuem as culpas aos seus progenitores, expulsando-os do convívio familiar.

Acrescentou que o fenómeno de rejeição de cidadãos pelos seus parentes abrange, igualmente, pessoas portadoras de deficiência e, por isso, chamou a atenção da sociedade no sentido de valorizar e prestar maiores cuidados àquele grupo vulnerável por forma a preservar as consideradas “bibliotecas vivas”.

“A situação do idoso nas comunidades não respira ar de boa saúde. Temos registado, com muita frequência, casos de idosos que não são respeitados, são despejados pelas suas próprias famílias e sujeitas a viver mendigando nas ruas, alegando-se serem responsáveis pela má sorte dos seus filhos, netos e ou mesmo suas noras”, explicou Paunde, falando em contacto telefónico, ao “DM”.

“Frequentemente temos assistido casos de pessoas idosas, entre outras vulneráveis, que recorrem ao suicídio, tudo na tentativa de se livrarem do sofrimento a que são sujeitos nas suas próprias famílias e nas comunidades em que vivem”, acrescentou a fonte, para depois explicar que, para inverter o cenário, o seu sector tem estado a desenvolver campanhas de sensibilização das comunidades no distrito em matérias de valorização da pessoa idosa, incluindo os portadores de deficiência.

“Todos nascemos e crescemos numa família e a ela pertencemos, somos e pertencemos à mesma sociedade e, por isso, precisamos de gozar dos mesmos direitos. Velhice não é defeito nenhum, é apenas uma idade que faz parte do ciclo da vida e que cada um de nós pode lá chegar. Por isso, a casa do idoso é na família. Ele faz parte da sociedade e merece o nosso amparo”, concluiu Paunde.

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