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Primeiro-ministro iraquiano rompe união sagrada xiita no poder

O primeiro-ministro iraquiano, Nuri Al-Maliki, rompeu a união sagrada xiita, recusando-se aderir à ampla aliança xiita formada esta segunda-feira e manifestando sua vontade de batalhar sozinho nas próximas eleições legislativas de janeiro. “Aos irmãos que tardam a se juntar a nós por qualquer razão que seja, desejamos a participação deles e queremos dividir com eles as responsabilidades. A porta continua aberta”, afirmou, referindo-se a Maliki, o ex-primeiro-ministro Ibrahim al-Jaafari, anunciando nesta segunda-feira a constituição e o programa da nova coalizão xiita.

Esta coalizão foi chamada de Aliança Nacional Iraquiana (ANI) e compreende todas as tendências do campo xiita, desde o Conselho supremo islâmico do Iraque (CSII) próximo do Irã até partidários do chefe radical xiita Moqtada Sadr, assim como independentes.

“Maliki quer uma real aliança nacional iraquiana, não em palavras mas no programa e na composição”, afirmou à AFP Ali al-Moussawi, conselheiro do primeiro-ministro. “Os convites para se juntar à coalizão não são novos e os pontos de divergências continuam inteiros”, disse o conselheiro.

Segundo ele, Maliki reuniu domingo participantes potenciais à sua lista que “representam todas as confissões assim como liberais, laicos, islamitas e chefes tribais”. Uma fonte parlamentar indicou à AFP que Maliki esteve reunido, na madrugada desta segunda-feira, com representantes da nova aliança xiita para tentar obter alguns consensos.

“A reunião terminou sem acordo”, acrescentou a fonte. Maliki quer constituir listas com partidos sunitas, as principais tribos, que anunciaram nos últimos dias apoio ao primeiro-ministro, como na região de Al-Anbar (oeste). Nas eleições de 2005, após a invasão conduzida pela EUA dois anos mais cedo que derrubou o regime de Saddam Hussein dominado pelos sunitas, os xiitas decidiram ter acesso ao poder pela primeira vez desde à criação do Iraque. Os eleitores votaram com bases em linhas puramente religiosas ou étnicas e os partidos laicos foram varridos do mapa político nacional.

A violência interreligiosa em 2006 e 2007 aprofundou esta divisão antes de se deparar com a derrota dos extremistas sunitas e xiitas. “Eu gostaria que estivessem conosco hoje o partido Dawa e Abdel Aziz Hakim, o chefe do CSII, que está internado no Irã com um câncer”, afirmou o vice-presidente iraquiano Adel Abdel Mahdi. A nova coalizão substitui uma aliança anterior de partidos xiitas constituída para a eleição legislativa de 2005 e chamada a “Aliança Unificada Iraquiana” (AUI).

Esta coalizão foi dominada pelo CSII, na época a força xiita mais importante, enquanto o partido Dawa de Maliki foi reduzido a uma pequena parte. Ela havia ficado em primeiro nas legislativas com 128 das 275 cadeiras do Parlamento. “A vontade dos participantes é de avançar rumo ao progresso e à construção do Iraque. Esperamos que nossos irmãos do partido Dawa se juntem a nós. Eles continuam sendo convidados a participar desta coalizão”, declarou por sua vez o ex-primeiro-ministro Ahmad Chalabi.

Para as provinciais de janeiro de 2009, Maliki formou suas próprias listas do Estado de direito, com base em princípios nacionais e não religiosos. Elas fizeram o CSII de Abdel Aziz Hakim, onipotente nas regiões xiitas, engolir poeira.

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