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Primeiro-ministro considera visita a China de êxito total

O Primeiro-ministro moçambicano, Aires Aly, considera que a sua visita trabalho a China, de cinco dias, e que termina na terça-feira, superou todas as suas expectativas e, por isso, está “convicto’’ que Beijing dará todo o apoio possível para acelerar o desenvolvimento socioeconómico de Moçambique.

Falando numa conferência de imprensa em Xangai, aos jornalistas moçambicanos que cobriram a sua digressão à China, Aires Aly destacou o facto de as autoridades deste país asiático terem reafirmado a amizade e solidariedade para com o povo moçambicano. Para Aires Ali, essa manifestação supera as doações monetárias e créditos bancários sem juros concedidos a Moçambique pelas autoridades e bancos chineses, perfazendo mais de 172 milhões de dólares.

“Durante os encontros com o meu homólogo chinês, Wen Jibau, e outros dirigentes deste país deixaram-me convicto que a China continua sendo um verdadeiro amigo do povo moçambicano, e estão mais do que nunca determinados a apoiar o nosso desenvolvimento, tal como fizeram durante a nossa luta contra o colonialismo português’’, disse Aires Aly, quando questionado se ele acreditava que Beijing irá honrar os compromissos assumidos durante a sua visita.

Aires Aly recordou que durante a luta contra o colonialismo português a China apoiou o povo moçambicano, que de per si constitui uma ‘’prova que este país é amigo dos moçambicanos”, e isso serve de garantia que este país irá honrar todas as promessas e compromissos. Aliás, disse Aires Ali, “ Beijing nunca desiludiu, e sempre fez fé a sua palavra”. Ele recordou que quando nos últimos cinco anos visitou a China, na qualidade de Ministro da Educação, Beijing honrou religiosamente todos os compromissos assumidos nessa altura, e que ainda existem projectos financiados pelo Tesouro chinês.

Aires Ali citou como exemplo a construção de uma Escola das Artes Visuais em Maputo, actualmente em curso, e que foi acordado na altura em que era titular da pasta da educação. Na ocasião, Aires Aly disse acreditar que a China é um verdadeiro parceiro de Moçambique e, por isso, os moçambicanos devem passar ‘’a ver a este país com outros olhos’’. Com estas palavras infere-se que Aires Ali queria dizer que não existem motivos de qualquer suspeita ou de encarar a China com os olhos daqueles que alegam ser “um novo invasor dos países africanos que está a caça dos seus recursos”, como tem-se propalado nalguns círculos ocidentais movidos pela inveja da ascensão pacífica deste país e da sua aceitação em África.

Para Aires Aly, a cooperação com a China é muito frutífera, visível mesmo para os leigos, porque além da ajuda financeira, os chineses estão envolvidos na construção de infra-estruturas de grande vulto em Moçambique e em toda África. Entre os projectos que trouxe na carteira nesta sua visita a China, destacase a construção de um edifício para servir de sede do Conselho de Ministros. Refira-se que a China financiou e construiu várias infra-estruturas para o governo moçambicano, entre os quais o Centro de Conferências Joaquim Chissano, Ministério dos Negócios Estrangeiros, o novo Estádio Nacional e várias outras cujas obras se encontram numa fase muito adiantada.

CHINA INTERESSADA EM FINANCIAR MAIS PROJECTOS

O primeiro-ministro disse ter trazido na carteira a China um total de 26 projectos cuja implementação está avaliada em 1,2 biliões de dólares, e que durante a sua apresentação a mesa das negociações entre os dois países, Beijing manifestou a sua predisposição de financiar, tendo havido consenso de ambas as partes e que vai servir de base para a cooperação nos próximos quatro anos.

Os projectos prioritários, disse Aires Ali, serão implementados de imediato com base nos mais de 172 milhões de dólares cuja concessão foi agora garantida nesta visita, e incluem a conclusão da segunda e última fase da modernização do Aeroporto Internacional de Maputo e cujo custo será de 65 milhões de dólares, a construção de uma fábrica de cimento na província central de Sofala, avaliada em 80 milhões de dólares e com uma capacidade anual para produzir 500 mil toneladas e, finalmente, a construção de uma outra fábrica de processamento de algodão em Magude na província de Maputo, avaliada em 20 milhões de dólares. Aires Aly disse que para além dos 26 projectos, existem outros avaliados em 600 milhões de dólares e que serão sujeitos a análise nas próximas rondas negociais entre Maputo e Beijing.

50 EMPRESARIOS CHINESES CHEGAM A MAPUTO A 1 DE JULHO

A deslocação de um grupo de 50 empresários chineses a Moçambique, cuja chegada está prevista para 01 de Julho próximo é outra razão que leva Aires Aly a acreditar na solidez da cooperação entre a China e Moçambique. Isso confirma que a cooperação não se limita ao governo. O primeiro-ministro moçambicano vincou que estes empresários vêm ao país integrados numa delegação a ser chefiada pelo vice-ministro chinês do comércio, e que fazem parte dela homens de negócio interessados em investir em Moçambique em diferentes áreas, entre as quais a agricultura, turismo, recursos minerais e florestas.

Na área da agricultura, contar-se-á alguns de Hubei, uma das províncias chinesas visitada por Aires Aly, e que é considerada como um dos celeiros da China. Esta província possui um acordo de gemelagem com a moçambicana de Gaza, cuja base assenta num projecto para a disseminação das técnicas de melhoria da produção do arroz no seio dos agricultores e camponeses locais. O objectivo é munir-lhes com técnicas que os levem a elevar o rendimento de arroz por hectare, de 0,5 para 12 toneladas, que os camponeses chineses colhem graças ao uso de técnicas melhoradas. A intenção dos técnicos chineses que estão envolvidos neste projecto em Gaza, é replicar os seus conhecimentos em todas as regiões moçambicanas com potencialidade para a produção de arroz, como é o caso da Zambézia.

AIRES ALY CONSIDERA QUE METODO DE ENSINO CHINES PROVA VALIDADE DE ALGUNS DOS ASPECTOS DO MOCAMBICANO

O primeiro-ministro moçambicano disse que uma das experiências que viu como válida para ser replicada em Moçambique durante esta sua visita é o método de ensino deste país, porque ensina mais as pessoas a saber fazer boas e belas coisas. Ele disse que quem visita hoje as modernizadas cidades chinesas, como Xangai, vê que os chineses aprenderam a “fazer e fazer bem”, o que, na sua opinião fica evidente ’’nestas maravilhas que estamos a ver em todo o lado por onde passamos’’. De facto, quem visitar a China apercebe-se imediatamente que conta com um povo com mãos hábeis porque tudo é feito com requinte e perfeição que mais se assemelha a uma obra dos deuses.

’’A China investiu muito na educação nos últimos decénios, incluindo no envio de milhares dos seus jovens a vários países, onde foram se especializar em diferentes áreas, incluindo na construção civil, como podemos ver’’, disse.

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