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Pressão inflacionária obriga BM a tomar medidas anti-cíclicas

Com a entrada em vigor a partir de sete de Fevereiro de 2011 e perante a iminência de sinais de pressão inflacionária na economia moçambicana, o Banco de Moçambique (BM) agravou novamente a sua taxa de Reserva Obrigatória para 9%, bem como as taxas de juro de Facilidades Permanentes de Cedência (FPC) e de Depósito em 100 pontos-base.

Assim, a taxa de Facilidades Permanentes de Cedência aumentou para 16,5% e a de Depósito para 5%, segundo o Comité de Política Monetária (CPM) do BM que considera adequado e oportuno reforçar as “medidas anti-cíclicas de refreamento da propagação do choque inflacionário em 2011”.

Com aquelas medidas, o banco central moçambicano afirma pretender restabelecer o equilíbrio macro- económico, tendo, para o efeito, decidido incrementar os níveis de intervenção nos mercados interbancários, de modo a conter a base monetária com vista a o país alcançar, até final de 2011, uma inflação média anual de 8% e Reservas Internacionais Líquidas equivalentes a cerca de 4,5 meses de cobertura de importações de bens e serviços.

Medidas não suficientes

Sobre as razões de sinais de pressão inflacionária, em 2011, o BM aponta que os subsídios decretados pelo Governo, em Setembro de 2010, contra o aumento dos preços de bens alimentares e combustíveis, “não foram suficientes para anular o surto inflacionário e pressão sazonal associada à quadra festiva”, medidas que precederam aos levantamentos violentos dos dias 1 e 2 de Setembro último, na maioria das cidades moçambicanas, contra a carestia de vida.

Em Dezembro de 2010, os preços de bens alimentares e não alimentares foram agravados em 3,48%, superando a situação observada em igual período dos últimos três anos, bem como a do mês anterior (Novembro), tendo a inflação no mês em análise sido determinada pela classe dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, com uma contribuição de 3,32%.

A evolução mensal dos preços fez com que a inflação homóloga se situasse em 16,62%, mais 12,41 pontos percentuais em relação a 2009, enquanto a taxa média anual posicionou-se em 12,7%, mais 9,45 pontos percentuais em relação a 2009.

Do ponto de vista de análise macroeconómica, o banco central moçambicano conclui que os factores associados ao comportamento da inflação em 2010 foram originados pelo défice de produção alimentar doméstica, suprida mercê do incremento de importações e ainda pelo efeito conjugado da depreciação acumulada do Metical vis-à-vis o Dólar, a forte apreciação do Rand no mercado internacional e o agravamento dos preços domésticos de combustíveis líquidos.

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