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Presidente Jacob Zuma perde a sua popularidade devido a alegado enriquecimento ilícito

Um inquérito publicado pelo jornal sul-africano Sunday Times, mostrou que cerca de 51% dos eleitores, membros do partido Governamental, o Congresso Nacional Africano (ANC), são de opinião que o Presidente Jacob Zuma deveria demitir-se devido a seu alegado enriquecimento ilícito.

Estes resultados são fruto de uma investigação por parte da prestigiada companhia de pesquisa e de marqueting, Ipsos, uma semana depois do Presidente Zuma, ter sido vaiado em plena cerimónia de homenagem de Nelson Mandela, na presença de dignatários estrangeiros e nacionais no Estádio Soccer City no Soweto.

Os cerca de mil membros do ANC inquiridos pelo Ipsos, 33% destacaram que estavam indecisos em votar pelo ANC, devido as alegações de Zuma ter usado o dinheiro do erário público para as remodelações da sua residência privada de luxo, orçadas em cerca de 20 milhões de dólares. Cerca de 42% dos inquiridos, alegaram que o estadista teria abusado dos fundos provenientes dos contribuintes dos impostos.

Na terça-feira da última semana, os sul-africanos vaiaram o seu presidente na homenagem a Nelson Mandela. Eles defendem que os actuais líderes deveriam se inspirar no legado de Madiba, que se caracteriza pelo sacrifício e ao não apego aos bens materiais. Muitos dos que teriam desrespeitado o líder sul-africano, falando aos diversos canais de comunicação social, teriam defendido a sua desilusão e indignação pelo estilo de vida de Zuma, numa altura em que diversos sul-africanos continuam pobres, desempregados e, sem residências adequadas, numa sociedade que figura entre as com mais índices de desigualidade a nível mundial.

O antecessor de Zuma, o Presidente Thabo Mbeki, que teria perdido a sua popularidade aquando da sua destituição do poder pelo ANC em 2008, foi efusivamente aplaudido na cerimónia de homenagem à Mandela. Mbeki, que sucedeu Nelson Mandela na Presidência da República em 1999, no último domingo desafiou a liderança sul-africana, ao perguntar se esta estava a viver em conformidade com os padrões de Mandela, no que é descrito como uma dura crítica pública aos seus camaradas do partido.

“Penso que para celebrarmos a vida de Mandela, temos de nos questionar a nós mesmos acerca da qualidade da nossa liderança,”afirmou Mbeki aos participantes de um culto religioso em memória de Madiba em Joanesburgo.

A líderança de Zuma, tem registado grandes críticas nos últimos dias, devido às crescentes alegações de nepotismo e corrupção no seio do ANC e do Governo. O partido prepara-se para as eleições gerais de terão lugar em Abril do próximo ano. Apesar da crescente indignação, o partido continua um candidato forte para o controlo do poder, graças ao seu histórico de movimento que libertou os oprimidos e, tudo indica que irá manter o seu estatuto de maioria parlamentar.

O ANC em comunicado, defendeu que as vaias recebidas por Zuma, teriam sido orquestradas pelos partidos da oposição.

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