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Presidente do Parlamento líbio demite-se com “consciência tranquila”

O presidente do Congresso Nacional Geral líbio (CNG, Parlamento), Mohamed al-Megréyef, pediu a sua demissão, na noite da Terça-feira (28), na sequência da adopção da lei sobre a exclusão política dos responsáveis do ex-regime.

«Eu deixo-vos de cabeça erguida e com uma consciência tranquila. Consagrei toda a minha energia ao serviço da nação», declarou o responsável do Parlamento numa longa mensagem de amargura retransmitida pela Televisão.

Mohamed al-Megréyef, que passou 31 anos no exílio como opositor ao regime de Khadafi, condenou a atitude dos membros do Parlamento que cedem aos caprichos das suas tribos ou das unidades dos ex-rebeldes às quais eles pertenciam para exercer pressões e impor decisões aos seus camaradas.

Ele evocou igualmente as dificuldades que a nova Líbia enfrenta para realizar a estabilidade e a democracia. Criticou a imprensa, acusada de desvirtuar a verdade e fugir às suas responsabilidades ao ceder à corrupção, suscitando e amplificando as divergências entre personalidades, encorajando considerações partidárias, regionais e tribais.

Mohamed al-Mégreyef insurgiu-se contra as violações dos direitos e os desvios de fundos públicos, como “actos nefastos que não têm nada a ver com a Revolução”. Obrigado a demitir-se, Al-Megréyef aparece hoje aos olhos de vários observadores como um símbolo do aspecto negativo da controversa lei sobre a exclusão política que poderá esvaziar a Líbia dos seus quadros competentes.

A sua demissão é definitiva, segundo o regulamento interno do Congresso Nacional Geral, que, lembre-se, adoptou, a 5 de Maio último, a lei sobre a exclusão política de todos os que ocuparam funções importantes sob o regime de Khadafi.

Mohamed al-Megréyef, que foi embaixador sob o regime de Khadafi, é um economista titular de um doutoramento em finanças obtido na Grã-Bretanha. Ele criou, nos anos 80, em colaboração com outros opositores, a Frente Líbia de Salvação Nacional, que tentou várias vezes desestabilizar o regime de Khadafi através de golpes de Estado militares.

Segundo o representante das Nações Unidas na Líbia, Tarek Mitri, a lei sobre a exclusão política vai impedir algumas instituições e estruturas estatais de beneficiar das competências de personalidades experientes que serão difíceis de substituir.

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