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Presidente do Iémen deixa país e Arábia Saudita volta a atacar rebeldes Houthis

O presidente do Iémen, Abd-Rabbu Mansour Hadi, deixou o seu reduto em Áden e seguiu para a Arábia Saudita nesta quinta-feira, enquanto os rebeldes Houthis enfrentavam as forças oficiais nos arredores da cidade, localizada no sul do país. Durante todo o dia, aviões de guerra da Arábia Saudita e dos seus aliados árabes atacaram os xiitas Houthi e unidades do Exército que aliaram-se a eles com a meta de expulsar Hadi do poder, assumindo o controle de maior parte do país.

Aviões de guerra voltaram a bombardear a capital Sanaa, controlada pelos Houthis, nesta quinta-feira à noite, perturbando bairros inteiros e aterrorizando os moradores. Vários civis foram relatados mortos em Sanaa.

“Toda minha família e eu estamos a preparar-nos para dormir no porão, já que é o lugar mais seguro da casa”, disse o morador Fawzia Nedras. “As janelas estão a tremer e achamos que podem quebrar. Moramos perto do aeroporto, onde achamos que existem vários líderes dos Houthis moram e onde estão a acontecer a maior parte dos ataques”, acrescentou ele.

O líder Houthi, Abdel-Malek al-Houthi, disse, num discurso transmitido pela TV, que os iemenitas confrontariam a “agressão injustificada, injusta e criminosa” da Arábia Saudita. Moradores e autoridades de segurança disseram que a segunda noite de ataques aéreos, realizados por todo o Iémen, tiveram como alvo as forças aéreas e as bases terrestres leais ao ex-presidente Ali Abdullah Salé, cujas forças impulsionaram o avanço Houthi.

A intervenção militar liderada pelos sauditas representa é um marco na escalada do conflito no Iémen, onde o Irão apoia os muçulmanos xiitas Houthi, ao mesmo tempo em que as monarquias muçulmanas sunitas do Golfo apoiam os seus companheiros sunitas no sul do Iémen.

O Irão denunciou o ataque surpresa contra os Houthi e exigiu uma imediata interrupção das operações militares lideradas pela Arábia Saudita. A mobilização, pela Arábia Saudita, de uma coligação de países sunitas contra os seus inimigos xiitas vai inflamar ainda mais o ódio sectário nas guerras que se agravam no Oriente Médio, afirmou Teerão.

A retirada de Hadi, sob a proteção dos sauditas, da cidade de Áden, a sua base de resistência desde que fugiu de Sanaa em Fevereiro, pode representar uma virada no conflito. A agência de notícias estatal saudita mostrou imagens de Hadi sorrindo e apertando a mão do ministro da Defesa saudita, que o recebeu no aeroporto da capital Riad.

O presidente iemenita afirmou que segue para o Egito no sábado, para comparecer a uma cúpula de países árabes. Mohammed Marem, chefe de gabinete de Hadi, confirmou que ele compareceria ao encontro em pessoa, desistindo de seu plano original de dirigir-se à cúpula por teleconferência.

“À luz dos eventos e desenvolvimentos que aconteceram desde o amanhecer, ele decidiu comparecer à cúpula e participar em pessoa”, disse Marem à Reuters. Mas não ficou esclarecido se Hadi retornaria a Áden.

Nos arredores norte da cidade, os Hothis e tropas aliadas travaram tiroteios com milicianos leais a Hadi. Treze combatentes pró-Houthi e três milicianos foram mortos, enquanto deversas outras pessoas morreram em confrontes de rua nas em curso em cidades próximas. Combatentes pró-Hadi retomaram o aeroporto de Áden, que permanece fechado, um dia depois do local ter sido capturado por forças Houthi.

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