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Presidente da China chega à África com foco em relações comerciais

Uma apresentação de dança africana e uma salva de tiros marcaram as boas-vindas ao presidente chinês, Xi Jinping, em Dar es Salaam, na Tanzânia, neste domingo (24). A visita é a primeira de um giro do líder chinês pela África, viagem que mostra a importância estratégica do continente para a China, tanto pelos seus recursos naturais quanto pelos seus mercados.

Com a visita à Tanzânia, à África do Sul e à República do Congo, na sua primeira viagem ao exterior como presidente, Xi buscará desenvolver as crescentes relações económicas com o continente, o que muitos africanos encaram como um contraponto saudável à influência de países do Ocidente na região.

Ele também terá que lidar com as preocupações locais de que a África, ao mesmo tempo que exporta matérias-primas, gasta muito em importações de bens de consumo.

“Ele vai procurar amenizar o sentimento de que a China só está aqui para explorar os recursos naturais. Acho que esse vai ser o seu principal trabalho”, afirmou à Reuters James Shikwati, diretor do Inter Regional Economic Network, um centro de estudos com base em Nairóbi, no Quénia. Xi terá conversas sobre comércio com o presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, antes de um banquete oferecido pelo governo.

Na segunda-feira, Xi fará o seu primeiro discurso no continente. Ele irá então para a África do Sul, para uma reunião dos líderes das principais economias emergentes, conhecida como Brics, grupo formado pela anfitriã, por Brasil, Rússia, Índia e China.

O encontro de cúpula será na terça e na quarta-feira e pode ratificar os planos para a criação de um fundo conjunto de reservas de moeda estrangeira. A proposta mostra a frustração entre os mercados emergentes de depender do Bando Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Eles são vistos como organismos que refletem os interesses dos Estados Unidos e de outros países industrializados.

Na África, a China tem construído estradas, linhas de ferro e edifícios para, assim, ganhar acesso ao petróleo e a minerais do continente. Este mês, a CNPC, empresa de petróleo chinesa, adquiriu 20 por cento do projeto da Eni em alto mar moçambicano no valor de 4,21 bilhões de dólares. A costa do leste africano valorizou-se depois das grandes descobertas de gás na Tanzânia e em Moçambique.

A presença da China na África desperta gratidão, mas também preocupações. “A China leva os nossos bens primários e nos vende os manufaturados. Essa foi a essência do colonialismo”, escreveu o presidente do Banco Central da Nigéria, Lamido Sanusi, em artigo no jornal britânico Financial Times neste mês. “Temos que ver a China pelo o que ela é: uma concorrente.”

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