O distrito de Palma, sito no extremo norte da província setentrional de Cabo Delgado, vai se “ataviando” à altura do advento industrial que desponta na região, ao ponto de já se preparar para lidar com lixo de luxo.
Efectivamente, estão em preparação condições para a construção de depósitos para armazenar lixo a resultar de resíduos sólidos a serem produzidos por grandes embarcações de carregamento e descarregamento de gás natural a ser explorado na Bacia do Rovuma.
O empreendimento deverá ser acompanhado pela construção de uma doca multi-uso e cais destinado ao transporte de gás natural do alto-mar para a sua conversão em produto liquefeito naquela região.
As obras de construção da doca deverão arrancar em 2014, segundo resultados de um estudo sobre o impacto ambiental do projecto do gás natural liquefeito realizado naquela região do país.
As infra-estruturas de conversão do gás natural vão ter uma capacidade de produção que poderá variar entre três mil e cinco mil barris por dia, segundo consta ainda do relatório contendo resultados do estudo feito pela empresa moçambicana Impacto, especializada na consultoria de assuntos ambientais que esta segunda-feira apresentou a pesquisa, em Maputo.
O estudo concluiu ainda que a perfuração dos poços de produção do gás natural será de “significância baixa”, enquanto o ruído das actividades a serem desenvolvidas na Baía de Palma deverá ser classificado como “moderado”.
A refinaria de gás natural liquefeito deverá ser erguido pelo consórcio Anadarko, dos Estados Unidos da América (EUA), e ENI, da Itália, devendo o investimento consumir entre 25 e 30 biliões de dólares norte-americanos, tornando-se no maior projecto de investimento feito em Moçambique até ao momento.
Refira-se, entretanto, que as enormes reservas de gás natural existentes na Bacia do Rovuma já têm mercados assegurados para a sua exportação, a partir de 2018, no Japão e vários países do Médio Oriente.