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Populações trocam bens mobiliários por motorizadas

As populações da localidade de Topuito, distrito de Moma, manifestam uma grande apetência por veículos, sobretudo motorizadas, o que se confirma pelo facto de, ao invés, de fazer a reposição dos seus bens mobiliários, utensílios domésticos e electrodomésticos destruídos no interior das suas residências pelas enxurradas que assolaram a região em Outubro do ano passado, com o recurso dos valores das compensações pagas pela Kenmare, responsável pelo desastre, optaram pela compra de motos e motorizadas.

O incidente que resultou do rompimento acidental do dique de protecção da na zona de extracção de areias pesadas, ocorrido na madrugada do passado dia 8 de Outubro do ano transacto, cujas lamas invadiram a área residencial de Topuito causando a destruição parcial de 388 casas.

Recorde-se que, em consequência daquele acidente, o primeiro do género registado numa área mineira, uma menor foi dada por desaparecida e um total de 1.635 pessoas, que se viram forçadas a viver ao relento por alguns dias, perderam os seus haveres desde o recheio das casas, utensílios e electrodomésticos.

A Kenmare, ciente das suas responsabilidades, encarregou-se pela reabilitação das 388 casas destruídas, tendo, simultaneamente, fixado em 6 mil e 24 meticais, o valor mínimo e o máximo, respectivamente, como compensação dos bens mobiliários, entre outros, perdidos em consequência do desastre que forçou a paralisação da extracção de areias pesadas por um período de cerca de um mês.

De acordo com o chefe da localidade de Topuito, Eduardo Fernando, a expectativa do governo era de ver as comunidades afectadas retornarem à vida normal com todos os seus recuperados.

No entanto, as expectativas foram goradas porquanto muitas famílias afectadas, em vez de recuperar os bens perdidos naquele desastre, optaram pela compra de motos e motorizadas.

“Infelizmente o governo não tem poderes para interferir em questões meramente pessoais, mas assistimos impotentes os nossos concidadãos a comprar veículos motorizados próprios para lazer, facto que agudiza a inquietação da nossa parte”- disse Eduardo Fernando, acrescentando que alguns chefes de família optaram por contrair novos matrimónios quando se esperava que investissem na compra de utensílios agrícolas de que tanto carecem.

Uma fonte da Kenmare ligada à segurança na área de extracção disse à nossa reportagem que aquela empresa mineira sentiu-se forçada a criar lombas nas ruas de Topuito como forma de prevenir a ocorrência de acidentes rodoviários uma vez que o tráfego tem conhecido uma subida acentuada, sobretudo de veículos motorizados.

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