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Polícia exuma corpo da mulher esquartejada e entrega-o à família na Matola

Foram, Quinta-feira, exumados os restos mortais de Lurdes R. Mubai, 23 anos, assassinada, esquartejada e enterrada no quintal da sua casa, no quarteirão 6 do bairro Ndlavela, município da Matola, pelo próprio marido.

 

 

Depois da exumação e dos resultados da autópsia, os restos mortais da malograda foram entregues aos respectivos familiares para a realização das cerimónias fúnebres, que se espera que sejam realizadas esta Sexta-feira, graças à contribuição dos vizinhos da malograda e dos moradores do bairro, comovidos com a situação.

Segundo o jornal Notícias, a exumação do cadáver só aconteceu às 12:30 horas, uma vez que as brigadas que deveriam efectuar esta operação só se fizeram ao local da ocorrência depois das 11, mais de quatro horas depois da hora inicialmente prevista.

O processo de exumação foi acompanhado do lado de fora da casa por residentes daquele quarteirão que quiseram testemunhar a retirada dos restos mortais da vizinha Lurdes R. Mubai, num gesto de solidariedade com os familiares da malograda, igualmente presentes para confirmar se era o corpo da sua ente querida.

A exumação envolveu médicos legistas do Hospital Central de Maputo, peritos da Polícia de Investigação Criminal (PIC) e da Procuradoria da Cidade da Matola.

Informações colhidas no local indicam que o autor do crime, J. Rufino, usou um machado para agredir a esposa na região do pescoço, provocando-lhe vários e graves ferimentos que culminaram com a sua morte.

Consumado o assassinato, J. Rufino envolveu o corpo da esposa com um cobertor e abriu uma cova de 1,5 metro de profundidade, onde viria a enterrá-la, num acto macabro que chocou os moradores de Ndlavela.

Os agentes da Polícia, que presenciaram a exumação, contaram que os golpes com o machado foram de tal forma violentos que faltavam escassos centímetros para a cabeça se separar do resto do corpo.

Os familiares da malograda contaram a nossa Reportagem que Lurdes R. Mubai, que deixou três filhos, foi dada como desaparecida no dia 9 de Março e vista pela última vez a sair do seu local de trabalho, numa residência no bairro Zona Verde, em Maputo.

Belarmina Mubai, tia da vítima, referiu que foi o próprio J. Rufino a ir buscar a esposa no trabalho nesse dia e desde então nunca mais foi vista.

“Apresentamos o caso às estruturas do bairro que nos remeteram à Polícia, mas por falta de provas e outras evidências não tivemos como dar seguimento ao caso”, acrescentou.

Numa tentativa de afastar suspeitas, J. Rufino chegou a apresentar queixa na Esquadra do bairro T 3, acusando os familiares da esposa de serem responsáveis pelo seu desaparecimento.

O caso só ficou esclarecido na quarta-feira quando a Polícia soube que o corpo da vítima estava enterrado na parte traseira da casa. A denúncia foi feita por um suposto companheiro de J. Rufino, condenado por um tribunal da cidade da Matola, alegadamente por ter cometido uma infracção criminal.

Assassino considerado indivíduo anti-social

O Chefe do quarteirão seis, onde se deu o caso, disse que o autor do crime era um indivíduo de carácter anti-social e de poucas relações com a vizinhança.

Felisberto Z. Mugabe disse que J. Rufino tinha um comportamento negativo e que era bastante condenado pela maioria dos residentes da zona, que várias vezes denunciaram o seu comportamento e algumas acções junto às autoridades do bairro, mas estas pouco ou quase nada podiam fazer, pois não tinham provas.

J. Rufino, com pouco mais de 30 anos de idade, vivia de pequenos trabalhos de construção de habitações, pintura, electricidade e mecânica, e no interior da sua residência foram encontradas várias ferramentas usadas nessas profissões.

Alguns vizinhos chegaram a levantar a possibilidade de este estar igualmente envolvido em acções de roubo e abate de gado bovino, mesmo sem evidências, senão suposições, alegadamente por, nalgumas vezes, presenciarem actos suspeitos na sua casa.

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