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Polícia e manifestantes anti-governo enfrentam-se na Tunísia

A polícia entrou em choque com milhares de manifestantes anti-governo que tentaram invadir a avenida Habib Bourguiba, em Túnis, esta Segunda-feira, desafiando uma proibição a manifestações na área que foi um ponto central da revolta que derrubou o presidente Zine al-Abidine Ben Ali, há mais de um ano.

Cerca de 2.000 manifestantes que marchavam nas proximidades da sede do principal sindicato trabalhista, que tem estado à frente da oposição ao governo liderado pelos islâmicos, entraram em confronto com a polícia de choque no prédio do Ministério do Interior na avenida Bourguiba.

O partido moderado islâmico Ennahda, que venceu as eleições do ano passado, está sob pressão dos partidos seculares e do sindicato para não dar à religião um papel de muito destaque na vida pública. Os partidos salafistas pressionam pelo oposto.

Os manifestantes, esta Segunda-feira, também compararam o Ennahda à família Trabelsi da esposa de Ben Ali, Leila, bastante culpada pelos tunisianos pela corrupção desenfreada dos anos finais do seu regime. “As pessoas estão cansadas dos novos Trabelsis”, gritavam os manifestantes.

A polícia confrontou os manifestantes com cassetetes e gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, perseguindo manifestantes que arremessavam pedras pelas ruas laterais em cenas que lembravam as tácticas usadas durante os 23 anos de Ben Ali como presidente, quando a Tunísia era um estado policial e a liberdade era severamente restrita.

“As pessoas querem a queda do regime”, gritavam os manifestantes, repetindo a exigência cunhada na Tunísia durante a revolução de 2011 e que deu início aos protestos da Primavera Árabe.

“Sem medo, sem terror, a rua pertence ao povo”, gritavam as multidões enquanto enfrentavam a polícia.

Centenas de outros manifestantes seguiam em direcção à rua central vindos de outras áreas depois duma convocação online para marchar na avenida Bourguiba no feriado de 9 de Abril pelo Dia dos Mártires, marcando a supressão de manifestantes pró-independência por tropas coloniais francesas em 1938.

A Tunísia mudou muito desde a revolução, com um sistema democrático já estabelecido em que as pessoas comuns podem falar e fazer manifestações livremente pela primeira vez.

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