A polícia da Bolívia pôs fim a um motim violento e voltou ao trabalho, esta Quarta-feira, depois de chegar a um acordo com os ministros do governo e a liderança da polícia sobre as regras disciplinares e salários, satisfazendo os oficiais de baixa patente que tinham rejeitado um acordo anterior.
Dezenas de policiais foram feridos e várias delegacias foram destruídas na rebelião de cinco dias no país exportador de gás natural da América do Sul, que tem um histórico de golpes e conflitos violentos.
Foi o último de uma série de conflitos que testaram o presidente esquerdista Evo Morales, que está no meio do segundo mandato de cinco anos.
O acordo eleva o salário mínimo para os cerca de 32.000 policiais do país para cerca de 300 dólares por mês e elimina as novas e duras regras disciplinares até um esquema alternativo poder ser aprovado com a participação do baixo escalão.
O acordo cancelou um acordo anterior assinado, Domingo, que muitos oficiais rejeitaram, continuando a sua ocupação da maioria dos quartéis da polícia em todo o país.
“Com isso, o motim terminou. O acordo final, que foi revisto com todos os nossos membros, está assinado…. Os serviços da polícia voltarão ao normal”, disse a oficial Esther Corzon, uma das representantes da polícia em protesto que assinou o acordo.
Morales, que muitas vezes põe a culpa dos protestos sociais sobre os rivais políticos na Bolívia, havia acusado aos policiais rebeldes de tentarem desestabilizar a Bolívia.
Ele prometeu evitar a repetição de um protesto da polícia em 2003, que foi reprimido pelos militares, causando dezenas de mortes. A trégua pode não durar muito. Um grupo de activistas indígenas que marcham em direcção a La Paz nos dois últimos meses deve entrar na cidade, esta Quarta-feira.
Eles protestam contra um plano para construir uma estrada através da Floresta Amazônica. O movimento perdeu um pouco do fôlego desde que uma marcha semelhante ocorreu, ano passado, pressionando o governo de Morales e levando-o a suspender o projecto.
No início deste mês, os confrontos entre mineiros rivais eclodiram numa mina boliviana de zinco e estanho de propriedade da gigante mundial de commodities Glencore depois de várias semanas de protestos.
A resposta de Morales foi fazer o Estado assumir o controle das operações da mina. Isto esfriou os humores internamente, mas incomodou a Glencore devido a uma falta de compensação.