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Piloto ucraniana é condenada a 22 anos de prisão por morte de repórteres

A piloto ucraniana Nadezhda Savchenko foi condenada nesta terça-feira por um tribunal da Rússia a 22 anos de prisão pela morte de dois jornalistas russos no leste da Ucrânia.

“O tribunal chegou à conclusão de que a reabilitação de Savchenko só é possível em condições de isolamento da sociedade”, disse o juiz Leonid Guerasimenko ao ler a decisão no tribunal de Donetsk, cidade russa homónima da que fica na Ucrânia.

Além disso, Savchenko foi multada por atravessar ilegalmente a fronteira, embora seus advogados argumentem que ela foi sequestrada pelo Serviço Federal de Segurança russo (FSB, antiga KGB) quando estava retida por separatistas pró-Rússia na região ucraniana de Lugansk.

O juiz, que considerou que o álibi de Savchenko foi desmontada pelos depoimentos de milicianos separatistas, levou em conta que a piloto já está há 20 meses na prisão, por isso ficará atrás das grades até 2028.

“O tribunal não encontrou confirmação do álibi de Savchenko. A ré mudou várias vezes seu depoimento durante o julgamento”, afirmou.

Além disso, o magistrado explicou que os argumentos apresentados pela defesa têm várias contradições e que não viu “atenuantes” que aliviem a pena de prisão, como doença, admissão de culpa, remorso, filhos menores de idade ou pais idosos.

A justiça russa também não avaliou o facto de que Savchenko tinha imunidade parlamentar desde Outubro de 2014 como deputada ucraniana e como membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.

A promotoria, que pedia 23 anos de prisão, mostrou-se “satisfeita” com a decisão, levando em conta a gravidade dos crimes cometidos: “participação no assassinato de civis e cruzamento ilegal da fronteira”.

Fontes oficiais admitiram a possibilidade de que Savchenko, que está em greve de fome desde 4 de Março e afirmou que deixará de ingerir líquidos quando entrar em vigor a decisão judicial – dentro de dez dias -, seja entregue à Ucrânia ou trocada por outro prisioneiro, embora só no caso de Kiev reconhecer a decisão condenatória.

Segundo a decisão, a piloto revelou às forças ucranianas em 17 de Julho de 2014 as coordenadas de um posto de controle das milícias pró-Rússia na região de Lugansk onde estavam os dois repórteres da rede estatal de rádio e TV russa que acabaram mortos num bombardeiamento.

Os Estados Unidos da América – cujo secretário de Estado, John Kerry, chega amanhã a Moscovo – e a União Europeia exigiram ontem a imediata libertação de Savchenko, mas o Kremlin rejeitou qualquer ingerência no trabalho da justiça russa.

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