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Petroleiro a caminho dos EUA é sequestrado perto de Omã

Piratas armados sequestraram ao largo de Omã um navio petroleiro que estava a caminho dos Estados Unidos, levando cerca de 200 milhões de dólares em óleo cru. O incidente ocorreu nesta quarta-feira e é um dos maiores sequestros cometidos na região até hoje, intensificando a ameaça a corredores marítimos cruciais.

O petroleiro Irene SL tem 333 metros e é considerado muito grande. Transportava cerca de 2 milhões de barris de óleo cru, cerca de 20 por cento das importações diárias de óleo cru dos EUA, e foi abordado um dia depois de um petroleiro italiano ter sido sequestrado por piratas somalis. “A embarcação foi atacada por homens armados esta manhã”, disse em comunicado à imprensa a administradora do petroleiro, a Enesel, sediada na Grécia. “Por enquanto não houve comunicação com o navio.”

A comandante Susie Thomson, porta-voz das Forças Marítimas Conjuntas, de vários países que combatem a pirataria na região, disse que o navio foi sequestrado a 220 milhas náuticas ao largo de Omã e que o ataque provavelmente foi cometido por piratas somalis. “Só podemos especular para onde o navio está sendo levado”, disse ela.

Associações da indústria de transportes marítimos avisam que mais de 40 por cento do óleo transportado por mar em todo o mundo, que passa pelo Golfo de Áden e o Mar Arábico, corre risco de ataque por parte de piratas somalis bem equipados, que estão conseguindo operar ainda mais longe da costa e por períodos mais longos, usando navios de base.

Na terça-feira, piratas disparando armas e granadas impelidas por foguetes sequestraram um petroleiro italiano no Oceano Índico e desviaram a embarcação de dimensões médias para a Somália.

CRISE DA PIRATARIA

Joe Angelo, diretor gerente da associação Intertanko, cujos membros são proprietários da maior parte da frota mundial de petroleiros, disse que o sequestro do Irene SL assinala “uma mudança significativa no impacto da crise da pirataria no Oceano Índico”. Angelo afirmou que o carregamento de petróleo cru do Kuweit levado pelo Irene SL representava quase 20 por cento das importações totais diárias do produto pelos Estados Unidos.

“O problema da pirataria está saindo de controle e atingindo o Oceano Índico inteiro”, disse ele à Reuters. “Se a pirataria no Oceano Índico for deixada como está, essas vias cruciais de transporte marítimo serão estranguladas, prejudicando gravemente o fluxo de óleo para os EUA e o restante do mundo.”

Quadrilhas de piratas marítimos vêm ganhando dezenas de milhões de dólares com resgates, e, apesar de esforços bem-sucedidos de reprimir ataques no Golfo de Áden, as marinhas internacionais vêm tendo dificuldades em conter a pirataria no Oceano Índico por causa das distâncias enormes envolvidas.

No ano passado piratas obtiveram o valor recorde de 9,5 milhões de dólares em troca da soltura do petroleiro sul-coreano Samho Dream.

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