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Governo e Riversdale equacionam outras alternativas ao uso da linha do Sena

Várias alternativas ao uso da linha férrea do Sena que liga o porto da Beira à bacia de Moatize, em Tete, uma das maiores regiões mundiais produtoras de carvão, estão a ser equacionadas pelo Governo e Riversdale, companhia mineira australiana com 15 títulos mineiros em Moçambique.

Três das opções apontam para o recurso ao terminal de carvão denominado “Cais-8” do porto da Beira, presentemente, em reabilitação, num esforço orçado em cerca de 80 milhões de dólares norteamericanos, segundo Anthony Martin, director executivo da Riversdale Moçambique.

Esta companhia, lembre-se, já assinou um contrato de venda da primeira produção do seu projecto de produção do carvão de Benga, em Tete, de 20 mil toneladas à firma indiana Tata Steel, em Setembro de 2011.

O estudo das alternativas à linha do Sena decorrem do facto das obras de reabilitação daquele empreendimento de pouco mais de 500 quilómetros da Beira a Moatize estarem atrasadas há cerca de 15 meses, em termos da sua entrega pela companhia indiana RICON, o que está a obrigar o Governo a decidir retirar à firma a licença de reabilitação da ferrovia, em Março de 2011.

A reabilitação do “Cais- 8” é também financiada pela companhia brasileira Vale Moçambique e espe- ra-se que a obra esteja concluída até o segundo semestre de 2011, segundo ainda Martin, indicando a seguir que a sua companhia está a financiar a aquisição de 11 locomotivas e 200 vagões para o transporte dos cerca de seis milhões de toneladas de carvão mineral pela linha do Sena, num investimento de 50 milhões de dólares.

Via fluvial

Outra opção à linha do Sena é exportar-se o carvão por barcaças pelo porto de Chinde, província da Zambézia, segundo igualmente Martin, indicando que o estudo do impacto ambiental está na fase conclusiva, isto depois de ter sido construída uma embarcação automotora, em Tete, para realizar vários outros estudos de viabilidade do uso da via fluvial.

“Devido ao potencial da bacia de Moatize, rica em carvão mineral, acreditamos que a capacidade do porto da Beira não será suficiente para as quantidades de todos os produtores”, indicou a dado momento o director executivo da Riversdale Moçambique, ajuntando acreditar a sua companhia que outras vias serão necessárias para escoamento do minério.

Refira-se, entretanto, que dos 15 títulos mineiros na posse da Riversdale, dois destinam-se à produção de carvão pelos projectos de Benga e Zambeze, este último com um financiamento estimado em cerca de 63 milhões de dólares e com obras a decorrerem entre 2013 e 2014. O projecto Zambeze terá capacidade de exportar cerca de 15 milhões de toneladas de carvão por ano.

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