Os partidos políticos de Moçambique pretendem criar um fórum de diálogo que lhes permita ter uma maior intervenção na esfera política e social do país pois entendem que, neste momento, a sua voz não é devidamente ouvida por estarem a actuar de forma isolada.
A iniciativa foi apresentada na sexta-feira (05), em Maputo, pelo secretário-geral do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Luís Boavida, durante um debate que juntou diversas forças políticas que pretendiam reflectir e buscar soluções para a tensão política que se vive no País.
Na altura, Boavida disse que o referido fórum deverá ter um regimento específico próprio que indica a sua natureza, o seu modo de funcionamento e sua composição.
Para o representante do MDM, os partidos políticos estão a ser muito ignorados, até pela comunicação social. “É mais fácil ver organizações não necessariamente políticas a darem a sua opinião em relação aos acontecimentos do país que ouvir a posição de um partido político.”
“Existe uma série de organizações que aparecem em blocos e conseguem posicionar-se em relação aos acontecimentos do país e muitas vezes nós, os partidos políticos, ficamos de fora,” explicou Boavida durante a apresentação da ideia.
A iniciativa do MDM foi colhida pela maioria dos partidos que, entretanto, entendem que o seu sucesso depende primeiramente do esclarecimento das razões que levaram ao fracasso de outros fóruns de diálogo que no passado foram criados com o mesmo objectivo.
Raul Domingo, presidente do Partido para Democracia e Desenvolvimento (PDD), intervindo na altura, disse que o primeiro passo para se concretizar este objectivo é o entendimento da necessidade de os partidos políticos encontrarem uma solução conjunta para os problemas que afligem a todos.
Com esta plataforma de diálogo, que se pretende seja permanente, os partidos políticos querem fazer-se ouvir no cenário político do País.
Entretanto, alguns representantes de algumas forças política são menos optimistas em relação à iniciativa. É o caso dos presidentes dos partidos PASOMO e Ecologista, que defendem que ao invés de se criar outro fórum, devia-se apostar na revitalização dos que já existem.