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Parteiras priorizam novela ao invés de atenderem doentes

Já ganhou moda que a população denuncie aquilo que não gosta de sentir na pele, principalmente quando se trata de actos ilícitos na administração pública.

Por diversas vezes já ouvimos populares a se queixarem disto mais aquilo, quando um dirigente máximo chega a uma região. Verdade ou não das acusações que muitas vezes pesam para os funcionários, mas o alerta fica.

E desta vez no distrito de Morrumbala, a população também não perdeu tempo quando viu o Governador da província da Zambézia, chegar a aquele local.

A população foi clara ao dizer que no Hospital Distrital de Morrumbala, por sinal o maior naquele distrito, não presta bons serviços aos utentes. E estas queixas têm um alvo principal. As enfermeiras de Saúde Materno Infantil, vulgo SMI.

Sebastião Soares, mais conhecido na zona por Boer, foi quem começou a abrir o jogo. Boer disse que naquele hospital distrital, as pessoas são maltratadas pelos enfermeiros que ali exercem as suas actividades.

Num outro desenvolvimento a fonte disse que as mais prejudicadas nestas atitudes todas que os funcionários do hospital vêm praticando, são as mulheres grávidas que, vezes sem conta, acabam dando partos em casa com medo de irem ao hospital por causa das referidas enfermeiras.

Nita Alfredo, disse ter decidido dar parto em casa da sua segunda gesta, porque conforme explicou Nita, quando foi da primeira vez, as enfermeiras que ela encontrou pronunciaram palavras azedas, numa altura em que ela precisa de ajuda, por se tratar de primeiro parto.

“Quando eu cheguei pela primeira vez, as enfermeiras só mandavam palavras quentes para mim” – disse Nita para depois acrescentar que “da segunda vez que engravidei, chamei minha família e assistiu-me em casa”- rematou aquela mulher.

Um outro dia que ela foi ao hospital como acompanhante, encontrou conforme conta, as enfermeiras assistindo novelas, dai que foi difícil lhe tirar daquele ambiente.

Até OMM critica

Uma outra mulher que falou ao nosso jornal, diz chamar-se de Amélia Henriques e conforme nos fez entender, ela é membro da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), por sinal, uma das organizações do partido no poder.

Só que Amélia, despiu as cores políticas e disse o que sente na pele como mulher. O mau atendimento no hospital de Morrumbala tira lhe sono, dai que há que inverter o cenário, pede a membro da OMM.

Por aquilo que foi dizendo, aquela mulher disse que há mesmo casos de maus tratos no hospital rural, concretamente na maternidade, onde as enfermeiras de SMI são tidas como as “donas” do hospital.

“Elas não prestam atenção nas mulheres, dai que até as parturientes preferem ter de volta as antigas parteiras”- disse a entrevistada.

DDS baralhado

No meio destas “bombas” todas lançadas pela população, certamente quem deve responder em primeira mão é o director distrital de Saúde, Mulher e Acção Social.

Só que Maurício Pene, teve duas versões em menos de três horas de tempo, quando pela primeira vez quando abordado pela imprensa, ter dito que não eram verídicas as acusações que pesavam sobre o seu sector.

Naquela primeira ocasião, Pene, claramente dizia que a culpa disso tudo é que a população trás dois ou três se não mais acompanhantes, dai que não é possível deixar que todos entrem na sala.

Já na segunda versão, o DDS de Morrumbala, reconheceu que há sim casos destes, mas o grande problema na óptica daquele responsável de saúde em Morrumbala é a falta de comunicação entre o sector que dirige com a população utente.

Num outro passo, a fonte voltou a sua primeira tese segundo a qual as parturientes trazem muitos acompanhantes, dai que não tem existido espaço para acomodar a todos.

Para elucidar mais as suas duas teses embora distintas num só momento, a fonte foi mais longe quando disse que uma das causas possivelmente destes maus atendimentos tem a ver com a falta de uma maternidade, porque a sala onde se fazem os partos, foi improvisada e que neste preciso momento não tem condições propícias para um parto melhor.

Refira-se que o distrito de Morrumbala regista mais de quinhentos partos mensalmente e destes, cerca de cento e cinquenta são aqueles que o hospital distrital regista, com um total de 17 maternidades em 19 unidades sanitárias.

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