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Desequilíbrios fiscal e comercial e volatilidade do câmbio preocupam governos, diz relatório do Fórum Econômico Mundial

Pouco mais de dois anos após o início da crise financeira global, os desequilíbrios fiscal e comercial, bem como a volatilidade das moedas continuam no topo das preocupações de governos e especialistas. É o que revela o relatório “Riscos Globais 2011”, divulgado esta quarta-feira pelo Fórum Econômico Mundial, em Londres. Recorde-se que recentemente a Autoridade Tributária divulgou em Moçambique a maior fatia das receitas fiscais é paga pelos contribuintes singulares, e não pelas empresas. Por outro lado a economia informal floresce e desenvolve-se um pouco por todo o país sob olhar impávido do Governo.

A sexta edição do estudo aponta ainda a pressão sobre os recursos naturais – em especial água, energia e alimentos – e o comércio ilegal, de drogas a prostituição, como os principais riscos a serem enfrentados nos próximos dez anos. “A crise financeira reduziu a capacidade do mundo de lidar com choques. A severidade e a frequência dos riscos para a estabilidade econômica global cresceram enquanto a capacidade dos sistemas de governança global de enfrentar esses riscos estagnou”, diz o relatório, que procura identificar os riscos para a economia global no período de uma década a partir de perguntas feitas a 580 especialistas de vários países.

O documento aponta três grandes grupos de risco: desequilíbrios macroeconômicos, economia ilegal e limitação de recursos naturais.

No primeiro grupo, o endividamento público das nações ricas é apontado como uma das maiores preocupações. “A combinação de socorros e pacotes de estímulo resultaram em déficits orçamentários e aumento da dívida pública, particularmente nas economias avançadas”, diz o relatório. Em 2010, a média da relação dívida líquida/PIB do G-7 (grupo que reúne as sete principais economias do mundo) beirava 80%. Em 2000, estava abaixo de 60%.

“Os desequilíbrios fiscal, monetário e de comércio nunca estiveram tão fortes e interrelacionados” afirma Richard Greenhill, diretor da unidade de Negócios do Fórum Econômico Global. Boa parte desse desequilíbrio, avalia o especialista, decorre da disparidade econômica – doméstica e global – e das falhas de governança em diagnosticar os problemas. Por isso, o Fórum planeja lançar uma nova Rede de Resposta ao Risco durante sua reunião anual, em Davos, na Suíça, que será realizada entre 26 e 30 deste mês.

“Desde 2007, tivemos a crise alimentar, a crise do petróleo e a crise financeira e não conseguimos prevê-las a tempo de evitá-las. Só esta última custou aos cofres públicos mais de US$ 2 trilhões. O que temos de fazer é unir governos e iniciativa privada numa mesma rede para identificar os riscos de instabilidade previamente” frisa Greenhill.

O relatório também enfatiza que “o rápido crescimento da população global e da prosperidade (econômica) está a pressionar os recursos naturais de forma insustentável”. De acordo com o documento, a demanda por água, alimento e energia vai crescer de 30% a 50% em 20 anos. Se a oferta não aumentar no mesmo ritmo, diz o documento, esse descompasso pode levar “a instabilidades políticas e sociais, conflitos geopolíticos e danos irreparáveis ao meio ambiente”.

A escassez de recursos pode ser agravada com as mudanças climáticas. Além de dividir os riscos em grandes grupos e apontar quais os mais preocupantes, o Fórum elaborou dois rankings: um que enumera os riscos de acordo com sua probabilidade e impacto e outro que os lista considerando sua interconexão, ou seja, sua capacidade de “contágio”.

No primeiro ranking, o item mudanças climáticas ocupa a primeira posição, seguido de crises fiscais e disparidade econômica. No segundo ranking, disparidade econômica aparece em primeiro lugar e mudanças climáticas está em oitavo.

Quanto ao comércio ilegal mundial, o Fórum afirma que em 2009 ele movimentou US$ 1,3 trilhão. As drogas farmacêuticas lideram com US$ 200 bilhões anuais, seguidas pela prostituição, com US$ 190 bilhões por ano.

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