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País sem banco de sementes melhoradas

O atraso na certificação de sementes melhoradas de leguminosas como a Soja e feijões por parte do Ministério de Agricultura, está a deixar os produtores do país sem possibilidade de aumentar a sua produtividade, devido ao uso de grãos com baixa qualidade germinativa, situação que está a interferir negativamente nas suas rendas anuais.

O nosso jornal está na posse de informações, segundo as quais quatro qualidades de sementes de Soja tecnicamente testadas com sucesso pelo Instituto Internacional de Agricultura Tropical (IITA) e outras variedades de Feijões, desta feita desenvolvidas pelos diferentes centros de pesquisa pertencentes ao Instituto de Investigação Agronómica de Moçambique, (IIAM), aguardam, há mais de três anos, pelo aval do Ministério de Agricultura, concretamente o comité de certificação de sementes, para subsequente libertação junto dos produtores.

Em Gurué, na província da Zambézia e local onde se encontra um dos maiores campos de pesquisa da cultura de Soja do país, a nossa reportagem apurou que os produtores daquela cultura, ainda continuam a usar uma semente como “Storm, Solitaire, Santa Rosa”, entre outras, cujo rendimento não ultrapassa as duas toneladas por hectare.

Carlos Pedro, coordenador do IITA no campo de multiplicação de sementes de Gurué, explicou à nossa Reportagem que, caso o Comité de Certificação de Sementes tivesse autorizado o uso das variedades TGX-1908-3F,TGX 1740- 2F,TGX 1485-1D ou TGX 1937-1F, o rendimento por hectare, chegaria a quatro toneladas.

São variedades de grão de semente que testamos e confirmamos que são boas, não só pelo volume da renda, mas também por conter teores bons de carbohidratos, proteínas e outros requisitos que fazem bem à saúde-referiu a fonte.

De referir que anualmente, o IITA gasta em pesquisas tecnológicas nos centros de Gurue, Angónia, Umbelúzi e Nampula, pouco mais de 5 milhões de meticais, segundo apuramos junto de Steve Boaheno, director geral daquela instituição em Moçambique.

Segundo Calisto Bias, director geral do Instituto de Investigação Agronómica de Moçambique, também a instituição que dirige aguarda pela certificação de sementes daquelas culturas. Esta situação, segundo a fonte, faz com que 90 por cento dos produtores do país usem semente não melhorada.

De acordo com Bias, para inverter esta situação, o Ministério de Agricultura precisa ser célere na certificação das variedades de sementes que lhe são submetidas, bem como uma maior intervenção do sector privado na réplica dos grãos para posterior colocação aos produtores e outros intervenientes.

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