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Pai indignado pela fuga dos raptores do filho

O empresário Abdul Latif manifestou a sua indignação com notícias que lhe chegam sobre a suposta libertação e fuga das celas prisionais de alguns indivíduos envolvidos no rapto do seu filho, em fevereiro do ano passado.

Tenho recebido informações segundo as quais alguns dos envolvidos no rapto do meu filho ou foram libertos ou fugiram das celas, para além daqueles que, injustamente, foram absolvidos pelo tribunal.

Não sei o que, efectivamente, se passa, disse a este jornal Abdul Latif. O menor Mahir Abdul Latif foi raptado a 12 de Fevereiro de 2010, numa operação engendrada por um seu antigo motorista e mais seis indivíduos, incluindo uma senhora que, na altura, disponibilizou a sua viatura.

Mahir foi sequestrado na manhã desse dia, a escassos metros da residência dos seus pais, quando se dirigia à escola, acompanhado por um outro motorista em substituição do habitual, o qual telefonara às primeiras horas ao menor, informando – lhe do abandono definitivo ao serviço.

No meio de incertezas sobre a identidade dos raptores do seu filho e a sua possível localização, Abdul Latif, logo que tomou conhecimento da acção pouco tempo depois, tratou, primeiro, por informar a Polícia sobre a ocorrência.

Os raptores começaram a encetar os primeiros contactos com ele a meio da manhã, contactos esses que se resumiam no pedido de pagamento de avultadas somas para o resgate do menor. Eles pediam 200 mil dólares(cerca de seis milhões de meticais), mas Abdul Latif disse à imprensa ter desembolsado apenas 500 mil meticais.

A Polícia tem outros números, até ao momento não tornados públicos. Depois de negociações havidas, sempre feitas via telefone, os raptores viriam a libertar o menor a meia-noite do dia 14 de Fevereiro do ano passado, numa zona recôndita a cerca de 40 quilómetros da cidade de Nampula, na estrada nacional numero 1.

O primeiro a ser detido em resultado da caça encetada pela Polícia foi o ex – motorista de Mahir, identificado apenas por Paiva, preso na Beira, dias subsequentes ao pagamento do resgate.

Transferido para as celas da Policia em Nampula, Paiva viria a denunciar os restantes constituintes da quadrilha, da qual faziam parte dois cidadãos de descendência asiática, designadamente Fayaz e Yassin, e uma senhora, sogra do segundo e tida como a pessoa que forneceu a viatura de marca Toyota Sprinter, utilizada na operação do rapto.

Seguiu-se, igualmente, a detenção de Eusébio João Baptista, mais conhecido por Abade, encontrado na cidade de Maputo com mais de 630 mil meticais, que se crê serem parte do valor do resgate.

Fayaz, denunciado na altura pelos ora detidos e nas celas da 1ª. Esquadra da Policia, foi detido na cidade de Nampula, faltando Yassin, considerado como um dos cérebros da operação.

Este, um conhecido taxista da cidade de Nampula e com ligações familiares com algumas pessoas financeiramente abastadas de Nacala – Porto, foi preso em finais do ano passado na província de Tete.

Solturas e fugas

Este jornal apurou que alguns dos acusados de envolvimento neste crime foram soltos por insuficiência de provas da sua participação no acto, e outros fugiram das celas depois de condenados a pesadas penas pelo tribunal.

Uma das pessoas soltas é a senhora que disponibilizou a sua viatura, tendo recebido, depois da operação, 80 mil meticais, segundo informações preliminares prestadas à Policia por Abade e Paiva.

Esta cidadã reiterou que nunca conheceu os jovens e estes dirigiram – se a ela para comprar a viatura, pois nessa altura a mesma estava a venda. Ela confirmou, por outro lado, ser sogra de Yassin, mas que tal nada tinha a ver com o seu alegado envolvimento no rapto de Mahir Latif.

As mesmas fontes referiram que o jovem Eusébio Baptista, na altura com 24 anos, pessoa que albergou, na sua casa, o menor durante dois dias enquanto os restantes membros negociavam com o pai, é quem fugiu das celas da cadeia civil uma semana depois da sua condenação.

Ele fora condenado a 16 anos de reclusão e até ao momento ninguém “sabe explicar” as circunstâncias da sua fuga, o que consterna tanto a família Latif, assim como o seu advogado.

A última informação que chegou ao empresário Abdul Latif foi de que Yassin havia, também, se escapulido das celas do Comando Provincial da Policia em Nampula.

Quisemos confirmar esta informação junto do seu advogado, Roldão da Conceição, mas este disse – nos que não sabia de nada, pedindo a nossa colaboração no sentido de o actualizar sobre o que, efectivamente, se estava a passar.

Eu vivo em Pemba e não tenho tido contacto com ele. Por isso, nada posso dizer sobre isso e se vocês tiverem qualquer confirmação da fuga ou não do meu constituinte, que me informem, disse.

Do Comando da Policia soubemos, junto do respectivo porta – voz, Inácio Dina, que Yassin continua, ali, “bem guardado” na cela 3 e sob a responsabilidade de guardas da cadeia civil, mesmo antes de ser julgado.

Dina disse, por outro lado, que Yassin devia ser julgado à revelia, vindo cumprir a pena depois que capturado em Tete, uma vez que ele faz parte do grupo raptor, teve um grande protagonismo na acção e andou fugitivo da justiça.

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