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Os obreiros do título

Os obreiros do título

Os jogadores são todos iguais, mas há uns mais iguais do que outros. Os novos campeões formam um onze uniforme, mas o plantel está longe de ser um primor em termos de segundas linhas. A época confirmou que os pupilos de Artur Semedo se podem dividir em quatro categorias: os essenciais, os importantes, as mais-valias e os outros.

Essenciais

Silvério – É um dos bons exemplos de como um treinador competente pode exponenciar as qualidades de um jogador dotado de raras qualidades físicas e técnicas, mas que precisava aprender alguns segredos da posição. Não só confirmou as melhoras da sua estabilidade emocional, como se tornou no verdadeiro líder do quarteto defensivo dos muçulmanos.

Mayunda – Foi uma espécie de 12.º jogador (fez quase metade dos jogos a titular). Que tinha qualidade, já se sabia, desde os tempos em que passou pelo Desportivo, mas sempre faltou continuidade ao seu futebol, deficiência que corrigiu em boa parte esta época. A sua polivalência acabou por ser também uma vantagem.

Jumisse – Evoluiu de forma surpreendente e tornou-se preponderante na manobra nas transições dos muçulmanos. Há poucos médios como ele no futebol moçambicano. Sem ele, dificilmente Artur Semedo conseguiria impor com tanto sucesso um futebol feito de transições rápidas. Atingiu a maturidade e partiu para o Portimonense. Com ele a Liga Muçulmana passou a mostrar um futebol mais variado, feito também de algum controlo e posse de bola.

Paíto – A forma como se adaptou à posição seis transformou-o num jogador importante para Maurício. De certeza que Artur Semedo não o trocava hoje por outro trinco. Tem agressividade, concentração e forte no jogo aéreo. Depurou deficiências na qualidade de passe e nas transições defensivas.

 

Importantes

Carlitos – Marcou muitos golos para um médio e manteve o seu peso na organização ofensiva da Liga Muçulmana. Principalmente porque é o tipo de médio que mais cai no goto de Semedo, apresentando rendimento superior tanto no miolo como nas faixas e uma facilidade rara de se adaptar ao dinamismo com que o treinador quer que funcione o tridente do meio-campo.

Vling – Quando Artur Semedo chegou, Vling tinha o hardware dos grandes craques, mas faltava-lhe ainda o software. Em termos físicos, técnicos, remate, velocidade e capacidade de explosão está ao nível dos melhores sistemas operacionais que o futebol moçambicano actualmente comporta, mas precisava mudar a programação que lhe foi instalada. Cuidadosamente, o treinador rectificou-lhe este ou aquele programa e as melhorias foram evidentes.

Nelson – É um daqueles casos raros: às vezes até joga mal, mas nota-se logo sempre que não joga. Parece ter atravessado alguns problemas físicos, mas continuou a introduzir a magia necessária a uma equipa que aposta muito no controlo táctico em todas as situações. Nelson tem olhos em todo o corpo. Mas deixou a sensação de que podia ter feito um outro campeonato.

Cantoná – Passou por uma fase crítica, em que jogava sôfrego, como se sentisse necessidade de justificar a titularidade. Depois, estabilizou e tornou-se numa pedra fundamental, pela agressividade e pela variedade de recursos tácticos que a sua presença garante. Fez seis assistências, algumas delas decisivas e já não joga tanto a olhar para o relvado.

Maurício – Chegou sem expressão no futebol nacional, mas esta época ganhou uma relevância rara. Esteticamente, pode deixar um pouco a desejar, mas é de uma agressividade e eficácia a toda a prova, principalmente depois de o treinador lhe ter corrigido alguns posicionamentos.

 

 

 

Mais-valias

Micas – A Liga Muçulmana ganha profundidade pelas faixas quando Micas joga.

Aguiar – Este só não foi titular quando esteve lesionado e ainda na primeira volta ficou provado que, ao lado de um central rápido, o problema das transições defensivas poderiam estar resolvidos. Pode não ter a frescura física de Fanuel, mas ganha-lhe nos restantes itens, designadamente no da concentração.

Os outros

Fanuel – teve erros de palmatória e não foi decisivo em nenhum jogo, o que é pouco. É o único jogador do campeão na selecção nacional, mas que tem problemas de ocupação de espaços.

Chaná – pode ser importante no balneário, mas custou vê-lo numa missão de sacrifício como avançadp. Não aproveitou as oportunidades, joga desconcentrado e precisa mostrar mais sangue frio se quiser continuar no clube na próxima época.

Matlombe – já não parece deste filme, ao contrário de Eurico.

Campira – foi útil num ou outro jogo, mas só isso.

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