No encontro que mantivemos com o líder do maior partido da oposição em Moçambique, a Renamo, Afonso Dhlakama usou uma metáfora para descrever os encontros que manteve com o Presidente da República (PR), Armando Guebuza. “As conversações são como um bebé que come papa e leite… mas na verdade o que queremos é que a Frelimo acabe com a exclusão social, lei eleitoral negociada, valorização dos nossos talentos expulsos da força militar conjunta, queremos, de facto, que a Frelimo deixe de partidarizar o aparelho do Estado porque sem a resolução destes casos não se trata de democracia”.
Quando perguntamos ao líder da Renamo sobre os pontos estratégicos que terão sido abordados nos dois encontros que beneficiem a população moçambicana, o auto intitulado pai da democracia referiu que são as mesmas questões abordados em todas as suas reclamações e encontros que tem mantido com a população e aos jornalistas.
Afonso Dhlakama mostrou-se também agastado pela maneira como o Presidente da República tem vindo a tratar o líder da Renamo, pois segundo ele os encontros são marcados pelo PR, só quando a Renamo promete fazer manifestações, o que, na sua óptica, os dois encontros já eram suficientes para ter soluções sobre o que a Renamo quer com este país.
Num outro ponto, Dhlakama acusou o presidente da República de não ser uma pessoa séria, apesar de estar a mudar de comportamento, uma vez que nos tempos já idos não queria abrir-se para dialogar com o “pai” da Democracia em Moçambique.
“Como é que os encontros mantidos com o presidente da República, Armando Guebuza, eram a convite dele e não a meu convite e se eu pedisse encontro com ele seria na ponta vermelha mas como ele é quem sempre pediu eu marquei que fosse cá em Nampula e ele sugeriu que fosse no governo provincial em Nampula, por isso ele não pode enganar os jornalistas ou o povo de que os encontros são por mim marcados mas sim por ele” – disse Afonso Dhlakama.
O líder do ex-movimento rebelde em Moçambique afirmou que acabou por descobrir junto dos seus quadros que o que a Frelimo e o Presidente da República querem é criar estes bloqueios que consideram conversas com o líder da Renamo até que o seu mandato termine. Aliás, Dhlakama lançou um apelo de que a Frelimo junto do seu partido não podem brincar com os compromissos assinados.