A oposição guineense exigiu, sexta-feira (4), a anulação do escrutínio legislativo de sábado último, 48 horas depois da publicação parcial pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) dos resultados provisórios relativos a dois assentos de Dubréka e Fria, em Baixa-Guiné, no uninominal atribuídos à Coligação do Povo da Guiné (RPG-arco-íris), no poder.
Numa declaração à imprensa, a oposição denunciou “a fraude maciça” organizada antes e depois da votação que, a seu ver, traduziu-se por “enchimentos de urnas, a falsificação e substituição dos autos de depoimento, omissões importantes de eleitores, retenções de cartões de eleitores, interferências dos membros do Governo e de altos oficiais do Exército” na recolha e centralização dos votos.
Segundo ela, os primeiros resultados confirmam esta “fraude generalizada” cujo úlltimo objectivo é atribuir uma maioria parlamentar ao círculo presidencial com vista a instaurar “um regime autocrático” e uma governação que não beneficie a maioria dos Guineenses.
Além de insistir na anulação dos resultados, a oposição previne que vai recorrer a todas as formas legais de protesto, incluindo as manifestações nas vias públicas em extensão do território nacional.
Por sua parte, o Presidente da República, Alpha Condé, disse, quarta-feira, em N’Zérékoré, no sudeste do país, onde foi celebrado o 55o aniversário da independência, que “nada de mai irá acontecer” no país.
Afirmou que o Estado tomou todas as disposições necessárias para pôr termo à “desordem que demorou demasiado”, acrescentando que doravante o debate deixa as ruas para ir ao Parlamento.