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ONU vê risco “iminente” de guerra civil na Síria

Há uma ameaça crescente do surgimento de uma guerra civil em grande escala na Síria, onde mais de um ano de violência entre as forças do governo e oposição não mostram sinais de diminuição, alertou o secretário-geral das ONU, Ban Ki-Moon, esta Quinta-feira.

Já o intermediador internacional Kofi Annan disse que chegou a hora de aumentar a pressão para acabar com a violência em Damasco.

A oposição síria e as nações do Ocidente e do Golfo vêem o plano de paz para o país cada vez mais ameaçado por causa do uso consistente da violência militar para enfrentar uma oposição cada vez mais armada.

Os diplomatas do Conselho de Segurança disseram que o recado de Annan e de Ban nas Nações Unidas foi claro: Chegou a hora de atingir o governo de Bashar al-Assad com sanções.

“A população síria está a sangrar”, disse Ban aos repórteres depois de participar de uma reunião a portas fechadas com o Conselho de Segurança da ONU.

“Eles estão furiosos. Eles querem paz e dignidade. Acima de tudo, eles querem acção”. “O perigo de uma guerra civil é iminente e real”, disse, acrescentando que os “terroristas estão a explorar o caos”.

Tanto Ban como Annan condenaram veementemente o massacre de pelo menos 78 pessoas em Mazraat al-Qubeir e reconheceram que o plano de paz de Annan não está a funcionar.

“Novos relatos hoje de um outro massacre em (Mazraat) al-Qubeir … são chocantes e doentias”, disse Ban na sessão especial da Assembleia Geral das 193 nações. “Nós condenamos esta barbárie sem palavras e renovamos a nossa determinação de atribuir a estes a sua responsabilidade”, disse ele.

Ban disse que os monitores da ONU, esperando investigar as denúncias, foram impedidos de chegar ao local onde os activistas de oposição dizem que ocorreu o massacre, Quarta-feira.

“Eles estão a trabalhar agora para chegar ao local”, disse ele. “E eu descobri há poucos minutos atrás que enquanto estavam a tentar fazer isso, os monitores da ONU levaram tiros de pequenas armas”.

O embaixador sírio na ONU Bashar Ja’afari disse na Assembleia Geral que o novo registo foi “um verdadeiro massacre atroz. É injustificável”.

O governo da Síria atribuiu as recentes atrocidades à oposição e extremistas islâmicos classificados de terroristas.

Falando para as 15 nações do Conselho de Segurança, Ban disse que as esperanças de sucesso com o plano de paz de Annan estão a acabar e sugeriu que a ONU deve em breve decidir se é viável ou útil manter os seus 300 membros da missão de monitoramento na Síria, disse um dos diplomatas em condição de anonimato.

É a primeira vez que um líder das Nações Unidas acena com a ideia de retirar uma missão de observadores, que muitos países esperavam que pudesse acabar com 15 meses de violência.

Annan alertou o conselho que a crise síria pode em breve sair do controle e pediu por “pressão substancial” sobre Damasco e penalidades por minarem os esforços de paz, disseram os diplomatas das Nações Unidas.

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