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ONU inclui Síria na lista de países que matam crianças

As forças do governo sírio e milícias aliadas têm matado, mutilado, torturado e detido crianças com idades a partir de 9 anos, afirmou a Organização das Nações Unidas (ONU), esta Terça-feira, ao incluir o país na sua “lista da vergonha” de nações que abusam de menores nos conflitos armados.

A enviada especial da ONU para temas relacionados a crianças e conflitos armados, Radhika Coomaraswamy, disse que a entidade também recebeu acusações confiáveis de que a oposição armada, incluindo o grupo rebelde Exército Sírio Livre, também usa crianças no conflito dos últimos 15 meses.

“Há uma violência extraordinária contra crianças na Síria”, disse Coomaraswamy aos jornalistas. “Crianças a partir de 9 anos de idade foram vítimas de assassinatos e de mutilações, detenção, torturas e prisão arbitrária e foram usadas como escudos humanos por forças do governo sírio, incluindo as Forças Armadas sírias, as forças de inteligência e a milícia Shabiha.”

Ela acrescentou que as forças governistas frequentemente invadem e ocupam escolas para usá-las como bases militares e centros de detenção.

A ONU diz que mais de 10 mil pessoas já foram mortas desde o início da rebelião contra o presidente Bashar al-Assad, em Março do ano passado.

Os protestos, parte da chamada Primavera Árabe, cada vez ganham contornos de uma guerra civil. A nova versão da “lista da vergonha”, que é publicada desde 1996, contém 52 países, como Afeganistão, Mianmar, Iraque, Sudão, República Democrática do Congo e Somália.

A Líbia também foi incluída pela primeira vez. Coomaraswamy disse que, no caso sírio, “crianças a partir de 14 anos estão detidas, sendo torturadas por forças do governo, com marcas visíveis nos seus corpos. Vimos crianças descritas à minha equipe técnica como sendo espancadas, com cicatrizes … e açoitadas com cabos eléctricos. Casos de tortura sexual também foram registados contra essas crianças”.

“Num autocarro que estava a levar militares, as crianças foram colocadas contra as janelas para proteger o autocarro de ser atacado”, relatou ela.

A representante da ONU disse ter recebido uma carta do governo sírio a negar as acusações e a questionar as fontes das alegações.

Segundo ela, o comando do Exército Sírio Livre proibiu o recrutamento de crianças, mas a ordem não tem sido respeitada nos baixos escalões.

Os monitores da ONU na Síria também descobriram muitas crianças entre vítimas de recentes massacres nas cidades de Houla e Mazraat al-Qubeir.

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