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OMS alerta para difusão global de doenças resistentes a medicamentos

A difusão de agentes patogênicos capazes de resistir aos mais poderosos antibióticos deixou de ser um mero temor para tornar-se algo que está a acontecer neste momento em todo o mundo, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado, esta quarta-feira (30).

A resistência aos antibióticos tem o potencial de afectar todas as pessoas, de qualquer idade e em qualquer país, e tornou-se uma grande ameaça à saúde pública, com “implicações que serão devastadoras”.

“O mundo caminha para uma área pós-antibióticos, em que infecções comuns e pequenas lesões que durante décadas foram tratáveis poderão novamente matar”, disse Keiji Fukuda, director-geral-assistente da OMS para a segurança da saúde.

No seu primeiro relatório global sobre a resistência a antibióticos, com dados de 114 países, a OMS disse que superbactérias capazes de burlar até os mais violentos antibióticos – uma classe de medicamentos chamada carbapenêmicos – já foram encontradas em todas as regiões do mundo.

A resistência é causada pelo uso inadequado e/ou excessivo dos antibióticos, o que estimula as bactérias a desenvolverem novas formas de driblá-los. Poucos novos antibióticos foram desenvolvidos e lançados nas últimas décadas, e fazer isso é uma corrida contra o tempo, já que as infecções cada vez mais envolvem “superbactérias” resistentes inclusive aos medicamentos reservados pelos médicos para os casos mais extremos.

Estima-se que apenas um desses agentes patogênicos resistentes, chamado MRSA, cause cerca de 19 mil mortes por ano nos EUA – bem mais do que o HIV/SIDA – e um número semelhante na Europa.

A OMS disse que em alguns países, por causa da resistência, os carbapenêmicos funcionam atualmente em menos de metade das vítimas de infecções hospitalares comuns atribuídas à bactéria “K. pneumoniae”, que provoca doenças como pneumonia, infecções sanguíneas e infecções em recém-nascidos e pacientes de UTIs.

A resistência a um dos antibióticos mais usados no tratamento de infecções urinárias pela bactéria “E. coli” – os medicamentos chamados de fluoroquinolonas – também está muito disseminada, segundo a OMS. Na década de 1980, quando essas drogas foram lançadas, a resistência era praticamente nula, segundo o relatório.

“A não ser que tomemos medidas significativas para melhorar os esforços e prevenir infecções e também modificar a forma como produzimos, receitamos e usamos antibióticos, o mundo irá perder cada vez mais esses bens da saúde pública, e as implicações serão devastadoras”, disse Fukuda em nota.

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